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CNC: Intenção de consumo das famílias tem recorde de alta em fevereiro

21/02/2018 11h30

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 4,2% entre janeiro e fevereiro, para 87,1 pontos. Foi a maior elevação mensal da história do indicador, cuja série foi iniciada em janeiro de 2010, e levou o índice a atingir maior patamar desde junho de 2015 (91,7 pontos). Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta foi de 13% no índice, também a maior da série.


O atual contexto favorável ao consumo, com inflação menos pressionada, juros mais baixos do que os praticados no passado, crédito mais acessível e sinais de reação no mercado de trabalho levaram ao resultado, explicou Bruno Fernandes, economista da entidade.


Com as condições atuais, a CNC elevou de 4,5% para 5% projeção de aumento na variação de volume de vendas do varejo ampliado em 2018, ante ano passado ? e não descarta novas revisões para cima na estimativa, acrescentou Fernandes. Em 2017, as vendas do varejo ampliado, que incluem comércio de automóveis e material de construção, subiram 4% ante ano anterior, maior crescimento desde 2012 (8%).


Fernandes comentou que o ambiente favorável ao consumo, hoje, é coerente com o quadro de recuperação gradual da atividade, que tem mostrado sinais consistentes, embora graduais, de retomada da demanda. "Há uma melhora no otimismo das famílias e no consumo. Isto não quer dizer explosão de consumo, no entanto", frisou ele. "A recuperação [do consumo] é gradual", completou.


Entretanto, o economista comentou que, caso as condições atuais sejam mantidas, e as elevações do ICF continuem a mostrar saltos fortes como o observado em fevereiro, o indicador poderia chegar novamente aos 100 pontos ainda no primeiro semestre. Calculado até 200 pontos, o ICF mostra nível de insatisfação de consumo quando se posiciona abaixo de 100 pontos.


"Esperamos que a inflação este ano se mantenha em patamar favorável. E, ao mesmo tempo, o mercado de trabalho mostra ponto de inflexão", observou ele, lembrando que isto traz impacto positivo para renda ? e para o poder aquisitivo do consumidor. "Esperamos que estas condições favoráveis se mantenham", reiterou.


No ICF, o impacto positivo do atual quadro favorável ao consumo foi perceptível na passagem de janeiro e fevereiro. Dos sete tópicos usados para cálculo do indicador, todos mostraram aumento tanto na comparação com mês imediatamente anterior, quanto na comparação com igual mês do ano passado.


Em fevereiro ante janeiro, foram observadas altas em emprego atual (2,3%); perspectiva profissional (5,3%); renda atual (4,8%); compra a prazo (3,6%), nível de consumo atual (4,8%); perspectiva de consumo (3,6%); e momento para duráveis (5,8%).


Na comparação com fevereiro do ano passado, foram registradas altas mais expressivas, chegando até a dois dígitos. É o caso das elevações em renda atual (10,3%); compra a prazo (16,8%), nível de consumo atual (19,9%); perspectiva de consumo (25,7%); e momento para duráveis (23,5%). Houve, ainda, elevação nos tópicos de emprego atual (5,6%); e de perspectiva profissional (3,3%), nessa comparação.