Juros futuros de curto prazo voltam a subir antes do IPCA-15
Os juros futuros de curto prazo voltaram a subir na sessão desta quinta-feira (22). À espera de novos sinais sobre a inflação, os investidores assumiram uma postura um pouco mais cautelosa antes de definir novas apostas para a trajetória da taxa básica de juros, a Selic.
Ao término da sessão regular, as altas mais claras eram observadas em vértices intermediários. O movimento foi apenas modesto, mas interrompe a redução do prêmio de risco observada em sessões anteriores.
A diferença das taxas projetadas pelo DI janeiro de 2020 e o DI janeiro de 2019, que mede o risco de curto prazo, se manteve em 105,5 pontos-base, depois de seis dias de baixa.
Às 16h, o DI para janeiro de 2019 avançava a 6,585% ante 6,550% no ajuste anterior, oDI para janeiro de 2020, por sua vez, era negociado no nível de 7,630%, ante 7,580%.
A cautela em relação à inflação afetou também as projeções para o IPCA embutidas nos contratos de derivativos conhecidos como DAP. Até o começo da semana, esses contratos apontavam inflação implícita de 0,29% para o mês de fevereiro e, agora, projetam taxas de cerca de 0,35%.
Para que o mercado reforce suas apostas para novo corte da Selic será preciso que os indicadores de preços fiquem ainda mais baixos até a próxima reunião do Copom, em março.
"O mercado está esperando ser surpreendido para retomar apostas no corte da Selic", diz o profissional de uma corretora bastante atuante no segmento.
Nesta sexta-feira (23), o IPCA-15, que mede a inflação do começo do mês, será divulgado, dando oportunidade para calibragem de expectativas. Economistas consultados pelo Valor Data projetam alta de 0,38% para o indicador deste mês, ligeiramente abaixo da taxa registrada em janeiro. Caso se confirme, a inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 deve desacelerar de 3,02% para 2,86% na passagem mensal.
As coletas de preços até o momento têm sido benéficas e uma desaceleração mais ampla do índice poderia estar a caminho, de acordo com alguns profissionais de mercado. Contudo, mais do que o próprio resultado geral do IPCA-15, o que tende a definir o espaço para o corte da Selic é o comportamento de itens mais sensíveis à política monetária, como os preços no setor de serviços.
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