Wagner nega propina e diz que PF não compreende o que é PPP
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, ex-ministro e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), negou ter recebido propina das empresas que fizeram as obras da Arena Fonte Nova. Em pronunciamento feito à imprensa na tarde desta segunda-feira, Wagner afirmou que as acusações dos delegados da Polícia Federal durante a operação Cartão Vermelho não têm fundamento.
Wagner ainda questionou a compreensão do caso pela Polícia Federal e garantiu nunca ter recebido ou solicitado pagamentos indevidos em sua vida pública. "Há uma incompreensão da Polícia Federal como houve do TCE do que é uma PPP [Parceria Público-Privada] e o que é uma obra pública. Em PPP não existe a figura do superfaturamento como está se insistindo em falar", afirmou.
Acompanhado de advogados, o secretário questionou o fato de a operação ter ocorrido em ano eleitoral. Wagner é um dos nomes apontados pelo PT para a disputa pela Presidência da República caso o ex-presidente Lula seja impedido de concorrer ao cargo.
"É parte da politização que virou o processo de investigação. O mandado diz para aguardar sob sigilo. Os números foram da realidade. Não sei onde a delegada tirou esses R$ 82 milhões. A obra toda custou R$ 650 milhões. Ela diz que foram R$ 200 milhões de superfaturamento. Fizeram uma atualização que não compreendo, de que o superfaturamento foi de R$ 650 milhões, muito acima da inflação", afirmou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico classificou a operação de busca e apreensão como "desnecessária" e diz que tem colaborado com as investigações. Os advogados do ex-governador afirmaram que só vão definir uma estratégia de defesa quando tiverem acesso à integralidade do inquérito.
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