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Desde 2015, Petrobras embolsou US$ 9,4 bilhões com desinvestimentos

28/02/2018 12h07

(Atualizada às 13h49) O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta quarta-feira (28)que US$ 9,4 bilhões já entraram no caixa da companhia, a partir da execução do programa de desinvestimentos e parcerias iniciado em 2015. No biênio 2015-2016, a petrolífera anunciou US$ 13,6 bilhões em venda de ativos e, desde 2017, mais US$ 4,5 bilhões.


A meta para o biênio 2017-2018 é de US$ 21 bilhões, disse Parente,durante apresentação em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. O executivo destacou, no entanto, que existe uma série de processos de desinvestimentos em andamento, como campos terrestres e de águas rasas, a refinaria de Pasadena (EUA), a Transportadora Associada de Gás (TAG), entre outros.


Parente também reiterou o interesse da empresa em atuar em parceria com sócios."Uma companhia só investindo sozinha será uma coisa difícil de ver", disse, em referência às mudanças na indústria global de óleo e gás.


O presidente da Petrobras reiterou que o modelo de negócios para parcerias e desinvestimentos na área de refino ainda está sendo discutido internamente e que deve ser definido "muito em breve".


Segundo o executivo, a intenção é replicar no setor de refino "o sucesso das parcerias" que a companhia fez ao longo das últimas décadas nas atividades de exploração e produção."Se vamos conseguir implementar o novo modelo [este ano] é uma outra discussão, mas que a divulgação do novo modelo sai este ano, com certeza", disse.


Comperj


A Petrobras continua conversando com potenciais parceiros chineses para retomar as obras da refinaria do Comperj, em Itaboraí (RJ), disse Parente. A ideia é que a parceria traga uma "melhoria geral" no parque de refino do Rio, afirmou.


"Ainda precisamos combinar com os chineses. Estamos trabalhando, é nosso desejo, mas depende deles chegar a um entendimento que nos permita não apenas retomar as obras do Comperj, mas olhar a questão do refino na região como um todo", disse o executivo.


A Petrobras possui um acordo com a chinesa CNPC para avaliação de oportunidades de investimentos em conjunto.


Eletrobras


No que se refere ao acordo com a Eletrobras relativo à dívida de R$ 20 bilhões da elétrica com a petroleira, está tudo "bem encaminhado", disse Parente.


"O acordo com a Eletrobras está bem encaminhado, mas não está fechado, portanto não está formalizado", afirmou o executivo."Como disse na minha carta ao presidente da Eletrobras [Wilson Ferreira Jr.], nós queremos continuar trabalhando para achar uma boa solução para os dois lados. Precisamos acordar o que fazer com uma dívida de R$ 20 bilhões", completou, sem dar detalhes.


Desse montante, uma parte já faz parte de contrato de confissão de dívida da Eletrobras, pelo qual a empresa está pagando parceladamente. Outra parte está em aberto e depende de uma parcela que está sob discussão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), relativa ao responsável pela dívida.


Ontem (27), a Aneel autorizou a desverticalização da Amazonas Energia, segregando as atividades de geração e transmissão das de distribuição.


A efetivação da operação, porém, depende ainda da cessão do contrato de fornecimento de gás natural da Petrobras da Amazonas Distribuição para a Amazonas Geração e Transmissão. Essa cessão só deverá ocorrer após as duas estatais chegarem a um acordo para a dívida.


Dívida


Apesar da trajetória de redução do endividamento da companhia, a questão da dívida da empresa ainda não está resolvida, afirmou Parente.


"Se olharmos os números para o terceiro trimestre [de 2017], a empresa ainda tem uma dívida de cerca de US$ 88 bilhões. Ninguém pode olhar para uma dívida dessas e achar que a situação da empresa está resolvida", disse.


O executivo, contudo, destacou a redução da dívida nos últimos trimestres e afirmou que o nível de endividamento da petroleira estará "saudável", em 2022. "O que vemos claramente é que ela [dívida] já se reduziu bastante e, no horizonte do plano [de negócios 2018-2022], ela vai chegar em 2022 a um nível saudável, comparável com as melhores companhias de óleo e gás do mundo", afirmou.


"Já andamos uma parte mas não chegamos lá ainda. Não podemos achar que já está resolvido", acrescentou Parente.


Liquigás


Parente disse que só resta "aguardar" o resultado do julgamento da venda da Liquigás para o grupo Ultra, por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


"Se eles não vão aprovar eu não tenho essa informação. O que temos que fazer é aguardar".