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CNC passa a prever recuo maior para o setor de serviços em 2018

13/04/2018 15h16

O aumento de 0,1% no volume do setor de serviços em fevereiro ante janeiro, feito o ajuste sazonal, mostra a dificuldade que o setor terciário enfrenta para engrenar uma recuperação, afirma Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). "A alta ficou longe de compensar a perda de 1,9%, observada no primeiro mês do ano", disse, em nota.

Na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, o destaque negativo na comparação mensal foi a prestação de serviços às famílias, que caiu 0,8% em relação a janeiro.

Na comparação com o mesmo mês de 2017, o volume de receita das atividades envolvidas na PMS registrou seu pior resultado (-2,2%) desde setembro do ano passado, quando a queda foi de 3,2%. Mais uma vez, esse desempenho fraco foi influenciado pela diminuição da receita de serviços prestados às famílias (-5,2%), a maior dos últimos 12 meses.

O ritmo atual de queda nos serviços, mesmo em uma base de comparação deprimida, e a lenta queda da taxa de desemprego levaram a CNC a revisar para baixo sua projeção do volume do setor, de queda de 0,2% para recuo de 0,8%, em 2018.

"Dentre as atividades econômicas que compõem o setor produtivo, os serviços são aquelas com maior dificuldade em se recuperar após a recessão", afirma Bentes. Segundo ele, a maior dependência do nível de atividade interna, que segue fraca, poderá contribuir para conter o crescimento do setor e, por consequência, a economia, nos próximos meses. Nos últimos três anos, o segmento acumulou perda de 11,8%.

"Mesmo considerando um cenário ainda favorável quanto ao comportamento dos preços e do custo dos investimentos no decorrer do corrente ano, as incertezas do quadro político de 2018 deverão contribuir para inviabilizar a retomada consistente dos investimentos", diz Bentes.