Dólar tem maior queda em 3 semanas e fecha abaixo de R$ 3,40
Após quatro pregões consecutivos com o dólar acima de R$ 3,40, os vendidos conseguiram hoje derrubar a moeda abaixo desse patamar. E a queda foi expressiva.
Na mínima desta quarta-feira, a cotação chegou a R$ 3,3732 (-1,02%), bem distante dos picos acima de R$ 3,43 registrados dois dias atrás. No fechamento, caiu 0,81%, a R$ 3,3801. É a maior queda em três semanas e para o menor patamar desde o último dia 6.
O ambiente externo ofereceu importante argumento para esse alívio. O dólar sofre a maior baixa em mais de três semanas contra um conjunto de divisas emergentes. Wall Street até perdeu fôlego no final, mas se mantém perto de máximas em um mês. E as commodities (medidas pelo índice CRB) bateram os maiores níveis desde outubro de 2015.
Entre ontem e hoje, a China reduziu alíquota de depósito compulsório, numa ação inesperada e que pode favorecer o crescimento da segunda maior economia global, voraz consumidora de matérias-primas. Além disso, nos últimos dias os temores de guerras comercial e geopolítica foram amenizados, o que ajudou a melhorar o sentimento como um todo.
Nesta quarta-feira, a lista de moedas que mais sobem ante o dólar é liderada justamente pelas que mais caíram recentemente: lira turca, real e rublo russo.
Mas, se no caso brasileiro, a valorização do dólar pode ter ocorrido rápido demais, os novos patamares são condizentes com o contexto de maior incerteza, dizem analistas.
Em abril até o dia 13, o dólar chegou a acumular ganho de 3,75% ante o real. Hoje, a valorização é reduzida para 2,32%.
"Acho que, de forma geral, o mercado ainda pode estar muito otimista diante dos riscos", diz Bruno Mota Gouvêa, diretor na Renascença Corretora. "A partir de agora é provável que vejamos um mercado que alterna mais dias positivos e negativos. E essa volatilidade é fruto da incerteza", completa.
O noticiário político local segue no radar dos agentes financeiros. Diante do clima de decepção com a falta de ímpeto de Geraldo Alckmin (PSDB) nas pesquisas de intenção de votos, operadores dizem que aos poucos o mercado pode dar mais atenção a candidaturas "alternativas". De ontem para hoje, os nomes de Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB) têm sido citados em debates nas mesas de operação, embora sem novidades concretas em termos de política econômica.
"O mercado está se apegando às chances de algum candidato com perfil mais ortodoxo ganhar competitividade", diz Rogério Braga, sócio-diretor na Quantitas e responsável pela gestão de fundos multimercados e renda fixa.
Braga concorda que é difícil falar em "tendência" neste momento, mas acredita que as especulações sobre sinais de política econômica mais liberal da parte de demais candidatos além de Alckmin têm potencial de gerar melhora nos mercados no curto prazo.
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