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Ibovespa sobe na semana, mas tem sessão negativa com exterior

20/04/2018 17h50

O Ibovespa conseguiu garantir uma alta na semana, mas o movimento "congestionado" do índice o levou a praticamente zerar os ganhos do mês e ter, nesta sexta-feira (20), uma sessão negativa, sem o ânimo do exterior e sem elementos no ambiente doméstico que justifiquem novos ganhos.

O índice fechou em queda hoje de 0,32%, aos 85.550 pontos, depois de "flertar" com o patamar dos 84 mil pontos e chegar à mínima do dia em 85.025 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,9 bilhões. Na semana, houve alta de 1,44% e, no mês, a alta é de 0,22%; no ano, o Ibovespa acumula ganho de 11,97%.

Veja o resumo dos mercados na semana

Operadores notam que o giro financeiro do dia foi relativamente baixo, o que indica o menor interesse dos investidores de se posicionarem em bolsa, seja para novas entradas ou saídas. Falta, nesse contexto, novos sinais do lado político que justifiquem as compras ou as vendas em bolsa.

"O mercado também anda desapontado com o lado econômico. A recuperação do Brasil está acontecendo, mas está aquém do esperado, o que vem retirando o fôlego do Ibovespa", afirma Marco Saravalle, estrategista da XP Investimentos.

Do lado externo, também persistem as dúvidas quanto ao ritmo de alta de juros nos Estados Unidos. E, hoje, não houve alento: os três índices acionários de Wall Street ficaram no campo negativo, colaborando para o estrangeiro preferir sair de alguns papéis de maior liquidez, caso dos bancos.

Destaques

As quedas importantes e que limitaram a alta do Ibovespa ficaram concentradas no setor bancário: Itaú Unibanco caiu 0,22%, enquanto Bradesco ON recuou 1,17% e Bradesco PN cedeu 1,41%.

Entre os papéis de maior liquidez e peso na bolsa, Petrobras PN (+0,72%) e Petrobras ON (+0,25%) tiveram uma recuperação marginal, enquanto Vale ON teve pequeno ajuste negativo de 0,42%, após os fortes ganhos de quinta (19).

O noticiário corporativo pautou os negócios hoje, na ausência de elementos macroeconômicos aqui e lá fora. A BRF (+4,96%) foi mais uma vez a maior alta da bolsa depois de figurar nos destaques positivos por todo o pregão, ainda reagindo às boas perspectivas com a entrada de Pedro Parente, presidente da Petrobras, no comando do conselho de administração da companhia.

Já a Hypera (ex-Hypermarcas) consolidou a maior baixa do índice, de 6,41%, depois que a companhia confirmou que a busca e apreensãorealizada pela Polícia Federal, no dia 10, atingiu o presidente da companhia, Claudio Bergamo dos Santos, e também o seu fundador e maior acionista, João Alvez de Queiroz Filho. Outros três executivos também foram alvo da operação.

A Eletrobras também ficou entre as maiores quedas: a ON cedeu 4,14%, enquanto a PNB caiu 4,24%. O investidor avalia que o processo de venda das distribuidoras ? adiado pela Eletrobras para junho ? está demorando mais do que o previsto. Além disso, as novas informações sobre a privatização não animaram: o relator do projeto de privatização, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), admitiu nesta sexta que há uma hipótese muito grande de o projeto não ser aprovado no Congresso.

Foram destaque, também na sessão de hoje, os papéis da CSN (-1,94%), que teve o terceiro maior volume do Ibovespa, atrás de Petrobras PN e Vale ON, depois que o conselho da companhia autorizou a venda de 30,4 milhões de ações que estavam em tesouraria. O giro do papel foi de R$ 297,8 milhões, quase quatro vezes maior do que no pregão de ontem.