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Dólar supera R$ 3,50 e tem maior nível desde novembro de 2016

25/04/2018 10h06

O dólar comercial abriu em alta nesta quarta-feira e já alcançou R$ 3,5067 na máxima por ora num avanço de 1,11%, caminhando até agora para cinco altas consecutivas. Na máxima do dia, a divisa tocou o maior nível desde a sessão de 11 de novembro de 2016, quando chegou a R$ 3,5075.

O mercado brasileiro não conseguiu escapar da pressão externa, em mais um dia de avanço generalizado do dólar nas praças internacionais. O real brasileiro registra o terceiro pior desempenho do dia numa lista de 33 divisas globais. Mais negativo apenas são rand sul-africano e peso mexicano, que encabeçam o movimento, com desvalorização de 1,30%.

Nesse ambiente, os investidores também ficam atentos a possíveis movimentos do Banco Central (BC), seja por uma atuação com swap cambial ou comentários dos dirigentes. A leitura é de que, se o real destoar dos pares, não se descarta a possibilidade de a instituição oferecer "hedge" ao mercado com novos contratos de swap cambial.

O movimento das moedas acompanha o salto dos rendimentos de títulos americanos. O juro da T-note de 10 anos supera o limiar simbólico de 3% e bate os maiores níveis desde janeiro de 2014. Esse é um reflexo de expectativas de que os salários e a inflação podem subir mais rapidamente nos Estados Unidos, aumentando as chances de uma abordagem mais agressiva do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Agora, estão em cerca de 50% as chances nos preços dos Fed Funds futuros de que aperto monetário nos EUA terá quatro movimentos neste ano. Isso se alinha à elevação de toda a curva de juros longa, tornando, em tese, os ativos de risco menos atraentes.

Às 10h03, o dólar comercial era negociado a R$ 3,4962, em alta de 0,81%.

O contrato futuro para maio, por sua vez, subia 0,83%, a R$ 3,5040.

Os juros futuros também são afetados, principalmente os vencimentos mais longos. Uma das principais métricas de risco do segmento, a inclinação da curva de juros a termo renova as máximas. A diferença entre o DI janeiro de 2023 para o DI janeiro de 2020 supera os 3 pontos percentuais, com alta de 8 pontos-base. Só nesta semana, o avanço já é de 8,7 pontos.

As taxas dos DIs para janeiro de 2027, que é ainda mais longa, se firmam em dois dígitos, patamar que tem prevalecido nesta semana. Hoje, gira em 10,220%.

Por ora, especialistas apontam que está preservada a leitura de que inflação está contida e atividade, ainda em recuperação lenta. Com isso, o corte da Selic em maio ainda seria apropriado, sendo esse o último movimento do atual ciclo de flexibilização monetária.

O DI janeiro/2019 marcava 6,260% (6,230% no ajuste anterior); oDI janeiro/2020 apontava 6,980% (6,920% no ajuste anterior) e oDI janeiro/2021 tinha 8,020% (7,940% no ajuste anterior).O DI janeiro/2023 subia 9,340% (9,210% no ajuste anterior) eo DI janeiro/2025 projetava 9,920% (9,78% no ajuste anterior).