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Ibovespa sobe, mas Petrobras oscila com debate sobre combustível

22/05/2018 18h09

Depois de três pregões consecutivos em queda, o Ibovespa pegou carona na alta dos bancos e voltou ao campo positivo. Mas o destaque do dia foi mais uma vez a Petrobras, que passou por um turbilhão de informações com as jogadas políticas envolvendo os preços dos combustíveis no Brasil.

O Ibovespa fechou em alta de 1,13%, aos 82.739 pontos, depois de ir à máxima no dia em 83.396 pontos (+1,93%). O giro financeiro foi de R$ 11,8 bilhões, superior ao volume já forte de maio (R$ 11 bilhões) e de 2018 (R$ 8,8 bilhões).

Embora o movimento do Itaú Unibanco (+2,42%) e da maior parte das ações tenha levado o índice ao azul, o giro dia ficou mais uma vez concentrado na Petrobras PN (R$ 2,2 bilhões). A empresa passa por um mês bastante movimentado, que levou o seu próprio giro a subir bastante.

No entanto, se no começo do mês os catalisadores para o papel eram positivos, hoje a palavra instabilidade define melhor o cenário. O papel reagiu com força à intenção do governo de interferir nos preços dos combustíveis, um tema que tem forte apelo eleitoral.

A maior preocupação do investidor, e que se refletiu no prêmio de risco das ações da Petrobras, é que isso pudesse significar alteração na atual política de preços da companhia. No pior momento do dia, a Petrobras PN chegou a cair 3,44%, a R$ 24,15, enquanto a ON cedeu 3,26%, a R$ 28,15.

Durante a tarde, no entanto, o papel da estatal inverteu a tendência, logo depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que estudava zerar a Cide, imposto cobrado sobre os combustíveis. A declaração foi bem recebida porque sinalizou não haveria mudança na política de reajuste da Petrobras, e que, se o governo desejasse reduzir os preços, faria isso via imposto.

Maia ? que é pré-candidato à Presidência pelo DEM ? publicou a afirmação na rede social Twitter nesta tarde. Logo em seguida, a Petrobras PN chegou a subir 1,12%, na máxima do dia de R$ 25,29, enquanto a ON reduziu perdas e chegou a avançar 0,10%, a R$ 29,13. O Ibovespa tocou a máxima no mesmo momento.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, também usou o Twitter para dizer que o acordo foi fechado para zerar a Cide. O alívio, no entanto, durou pouco e foi absorvido pelo mercado, que decidiu manter uma postura de cautela com o papel: no fechamento, Petrobras PN caiu 1,15%, enquanto a ON cedeu 2,19%.