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Ibovespa tem mais um dia de queda com pressão do dólar

14/06/2018 17h35

O ambiente de risco para o Brasil e para emergentes afetou os mercados simetricamente na sessão de hoje e, em um contexto de dólar e juros em alta, a bolsa brasileira ficou mais uma vez no campo negativo.

O Ibovespa encerrou em baixa de 0,97%, aos 71.421 pontos. O movimento, no entanto, não foi tão forte quanto nos demais mercados ? enquanto as taxas de juros de longo prazo fecharam acima de 12% hoje, o dólar disparou 2,65%. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,08%, aos 71.344 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,4 bilhões.

Ao longo do dia, o investidor aliviou a pressão vendedora, o que ajudou a bolsa a se afastar da mínima do dia. Mesmo assim, todos os ativos de maior peso e liquidez novamente caíram, com destaque para Bradesco ON (-5,13%), Bradesco PN (-4,06%) e Banco do Brasil (-4,53%), maiores perdas do dia. Com menor intensidade, mas em semelhante dinâmica, Petrobras ON (-0,06%) e Petrobras PN (-0,46%) também cederam. Com a alta do dólar, algumas exportadoras continuaram avançando, caso da Vale (+0,31%) e, mais intensamente, Suzano (+4,33%).

No destaque positivo, algumas varejistas que sustentam desempenho positivo na semana, no mês e no ano continuaram avançando hoje, como, por exemplo, Magazine Luiza (+6,22%) e B2W (+4,90%).

Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, a abertura da curva de juros piora bastante as perspectivas para a bolsa porque comprime os preços das ações. Em outras palavras, o custo de oportunidade fica mais caro no Brasil, com ações operando com desconto maior e embutindo maior risco.

"E o dólar em alta tem um efeito positivo para exportadoras, mas não é algo positivo para o cenário interno no Brasil, porque prejudica a performance de empresas com dívida dolarizada, traz ameaças sobre a inflação, indica busca por proteção do investidor e dificulta a recuperação da atividade", afirma. "A percepção de risco com Brasil e emergentes ainda é grande e estrangeiros continuam atuando na venda, por isso o movimento simétrico do juro, dólar e bolsa."