Ibovespa encerra semana em queda, no menor nível em 10 meses
O Ibovespa encerrou o último pregão da semana mais uma vez no campo negativo, pressionado ainda pelas incertezas no campo político e econômico doméstico, mas especialmente com a piora do cenário no exterior hoje.
Após ajustes, o índice caiu 0,93%, aos 70.758 pontos, menor patamar desde 23 de agosto de 2017 (70.477 pontos). Na semana, a baixa foi de 2,99% e, no mês, a queda já é de 7,81%. Em 2018, o Ibovespa acumula queda de 7,39%.
Na mínima, porém, o índice chegou a cair aos 69.583 pontos (-2,57%), menor nível desde 21 de agosto de 2017 (68.514 pontos). O giro financeiro, bem mais forte hoje, foi de R$ 14,1 bilhões ? o que demonstra que a aversão ao risco veio acompanhada de uma saída mais forte do investidor da bolsa.
Apesar disso, houve melhora no desempenho até o fim dos negócios, especialmente por causa do setor bancário. Como essas ações já vinham durante a semana sofrendo mais do que a média com o ajuste de posição do investidor, hoje os principais alguns papéis subiram: Bradesco ON (+2,55%), Bradesco PN (+1,78%) e Itaú Unibanco PN (+0,97%).
No entanto, mesmo com a relativa melhora do Ibovespa durante a tarde, a saída do investidor é comprovada pelos papéis mais líquidos, caso de Petrobras ON (-1%), Petrobras PN (-0,86%) e, principalmente, da Vale ON (-4,99%), ação de maior participação no índice.
Hoje, o ambiente no exterior foi bastante desfavorável a ativos de risco, caso dos emergentes, e o real só não se desvalorizou ante o dólar porque o Banco Central (BC) continua intervindo no mercado para conter a volatilidade cambial. Mas, lá fora, o petróleo teve hoje quedas fortes, enquanto as bolsas operaram também pressionadas. Isso porque persistem as preocupações em torno de uma guerra comercial entre Estados Unidos e a China, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou mais uma adoção de tarifas sobre importados chineses.
Internamente, operadores continuam afirmando que os riscos na frente política e econômica persistem. De um lado, não há alento nos dados econômicos que justifique a confiança numa recuperação mais firme da atividade em 2018. E, além disso, em um momento em que o governo passa por um hiato depois da greve dos caminhoneiros, as eleições tampouco são animadoras, já que não existe qualquer cenário claro para o pleito de outubro.
"O que enxergamos é um descrédito na política econômica no Brasil e uma intensificação das incertezas sobre o que vai acontecer daqui para frente. Vimos o quanto o atual governo está fragilizado e até a eleição temos uma falta de clareza grande", afirma Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor.
Entre as altas, o destaque durante todo o dia foi a Braskem PNA, que disparou 21,40%. Os investidores seguem muito confiantes com a saída da Odebrecht do controle da petroquímica, depois que o grupo confirmou publicamente que está negociando com a LyondellBasell a venda da sua fatia. A Odebrecht divide o controle da Braskem com a Petrobras e a venda reduziria a dependência da petroquímica do fornecimento de matéria-prima pela estatal de petróleo, informa a repórter Stella Fontes.
Na semana que vem, em um momento em que o mercado de câmbio e juros vem operando sob intensa volatilidade, os investidores vão aguardar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia a nova taxa Selic. A expectativa majoritária dos agentes de mercado é de manutenção do juro básico em 6,5% ao ano.
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