Juros futuros fecham em alta à espera do Copom
A expectativa pelo resultado final da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deixa o mercado de juros com leve instabilidade, mas a quarta-feira (20) não deixou de ser um dia de cautela. Depois da manhã marcada pela queda das taxas, seguindo o tom mais positivo no exterior, os contratos passaram a subir no meio do dia e fecharam mais altos.
Segundo David Cohen, da Paineiras Investimentos, a curva precificava perto do fechamento uma probabilidade de menos de 15% de o Copom decidir pela alta de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros. A situação é muito mais positiva do que nas últimas semanas que, no auge dos momentos de aversão ao risco, chegaram a precificar alta de até 0,5 ponto. "Não teve nenhum evento forte, o que vimos foi o mercado se ajustando aos movimentos das últimas semanas", diz Cohen.
João Fernandes, economista da Quantitas, lembra que a aversão ao risco das últimas semanas levantou preocupações do Copom subir os juros para segurar o câmbio, mas afirma que elas se dissiparam."Vimos uma acomodação forte [das taxas] e as altas de hoje não são substanciais. [Os DIs] caíram bem, começa a mudar a atratividade [dos contratos], e o mercado começa a realizar."
O consenso entre economistas é que o Copom irá manter o juro em 6,5% ao ano. Além de confirmar a manutenção do juro, os investidores estarão sensíveis a qualquer mudança no discurso do Banco Central. A expectativa é que o aumento dos riscos seja reconhecido e que a autoridade monetária dê indicação de que uma eventual elevação da Selic ainda em 2018 não seria conduzida pela alta do dólar, mas por uma piora nas projeções de inflação.
Tesouro Nacional & BC
Uma indicação de que as condições de mercado podem estar em processo de normalização é o resultado dos leilões de títulos públicos feitos até o momento. O Tesouro Nacional poderia recomprar até 3 milhões e vender até 500 mil LTNs e comprar até 2 milhões de NTN-Fs e vender até 300 mil. No entanto, nenhuma proposta foi aceita. Para NTN-B, foram adquiridos 300 mil papéis, de um total de 1 milhão de títulos, e vendidos 4,5 mil títulos, de um limite de até 300 mil.
A atuação do Banco Central (BC) no câmbio, com oferta líquida de 20 mil contratos swap cambial, o equivalente a US$ 1 bilhão, também trouxe um pouco de instabilidade para o mercado de juros. A moeda tem desempenho um pouco pior do que outras emergentes, mas não descola totalmente do ambiente externo.
Lá fora, os ativos mostram alguma recuperação, revertendo em parte as perdas de terça (19) com os temores da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Ontem, os mercados globais fecharam no vermelho depois que o presidente americano, Donald Trump, pediu para o seu governo identificar US$ 200 bilhões em bens importados da China para serem penalizados com tarifas. Isso aconteceu após Pequim dizer que iria retaliar na mesma medida as planejadas tarifas dos EUA sobre os US$ 50 bilhões em importações do país asiático.
Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 fechou a 7,025% (de 7,030% no ajuste anterior, oDI janeiro/2020 anotou 8,670% (8,560% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 subiu a 11,82% (de 11,740% no ajuste anterior).
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