Ibovespa sobe com Vale e bancos, mas fica no zero a zero na semana
Em dia de baixíssima liquidez, a bolsa brasileira voltou ao azul. A trégua no cenário externo, que garantiu o avanço de outros mercados emergentes, ajudou o Ibovespa a avançar 0,81% hoje, aos 70.641 pontos. Mas os pregões intercalados de grande aversão ao risco levaram o índice a fechar a semana praticamente no zero a zero.
Movido pela recuperação dos bancos, da Vale (+1,69%) e pela alta, ainda que pequena, da Petrobras (+0,62% a ON e +0,07% a PN), o Ibovespa subiu, mas não conseguiu manter ímpeto suficiente para ficar na máxima em 71.058 pontos (+1,40%). Na semana, houve leva queda de 0,17%. No mês e no ano, porém, a bolsa cai 7,96% e 7,54%, respectivamente.
Chama a atenção, porém, o giro fraco do dia, de R$ 6 bilhões, bem abaixo da média diária do mês e do ano. O fluxo estrangeiro e os grandes fundos foram os responsáveis por garantir o movimento financeiro, já que o jogo do Brasil na Copa do Mundo hoje afastou bastante os investidores dos negócios.
Entre outros ativos em alta hoje ficaram também os bancos, com Bradesco (+2,12% a ON e +1,91% a PN) e Itaú Unibanco (+0,77%) nos destaques.
Mesmo com a trégua, porém, a semana foi muito marcada pelo pé no freio dos investidores com ativos brasileiros. Lá fora, a fragilidade dos emergentes continua chamando a atenção, em um contexto de fortalecimento do dólar ? na semana, a moeda subiu mais 1% ante o real.
E, internamente, não há elementos que justifiquem uma grande confiança com o mercado. Além das dúvidas com o crescimento da atividade, as eleições seguem sendo o maior vetor de receios entre os agentes de mercado.
"Temos por base uma faixa de Ibovespa de 60 mil pontos a 110 mil pontos no fim deste ano, a depender do resultado da eleição. Um candidato mais reformista garantiria importante recuperação e perspectivas melhores ao mercado, ao passo que agendas reformistas mais distantes afastam mais a bolsa das máximas históricas", estima Álvaro Frasson, analista da corretora Spinelli.
As questões envolvendo a Petrobras são sobremaneira importantes neste momento, depois que a empresa perdeu ontem, em um placar de 13 a 12, uma ação julgada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A ação se refere a uma correção no cálculo de complemento de salários de cerca de 51 mil empregados, o que pode custar mais de R$ 17 bilhões para a estatal. O montante não está provisionado.
Mesmo com o tema em foco, a percepção de risco do investidor com a estatal diminuiu hoje porque, além de já estar nos preços, a decisão do TST de ontem ainda pode ser revertida. A Petrobras já havia informado que vai entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).
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