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Com greve, atividade da indústria paulista cai 10,2% em maio

29/06/2018 12h19

A atividade da indústria de transformação paulista apresentou forte queda de abril para maio,de 10,2%, na série com ajuste sazonal, informam a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), responsáveis pelo indicador.

Segundo José Ricardo Roriz Coelho, presidente em exercício das duas entidades, a paralisação dos caminhoneiros agravou um pouco mais uma recuperação que já vinha em ritmo lento.

"Os resultados de 2018 já vinham bem abaixo do que imaginávamos quando fizemos as projeções em 2017. A greve dos caminhoneiros tornou mais grave a preocupação de crescimento ao longo do ano. Para os próximos três meses, não vemos nenhuma chance de recuperação da atividade da indústria. Provavelmente, vamos ter uma situação pior do que a do primeiro trimestre de 2018", avalia.

O recuo de maio foi influenciado pela variável de vendas reais, que cedeu 16% no mês, seguida por horas trabalhadas na produção (-2,3%) e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), que teve queda de 1,8 ponto, diz a Fiesp.

Já na série sem ajuste, o indicador cedeu 1,1% no mês e 4,2% na comparação com maio do ano anterior. No acumulado do ano, ficou positivo em 3,6% em relação ao mesmo período de 2017.

No entanto, Roriz pondera que ainda é preciso analisar os reflexos que essa paralisação terá sobre as empresas. "As empresas têm seus compromissos financeiros e o fato de terem ficado cerca de 20 dias sem vender vai agravar ainda mais a situação de capital de giro, que já era bem difícil. É um momento de muita apreensão e de muita preocupação", completa.

Entre os setores pesquisados, os destaques ficaram por conta de metalurgia básica, cuja atividade cedeu 18,3% em maio, na série com ajuste sazonal. As horas trabalhadas na produção, o total de vendas reais e o NUCI recuaram 6,5%, 36,4% e 0,5p.p., respectivamente.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) do setor de veículos automotores recuou 16,2% no mês. As horas trabalhadas na produção, o total de vendas reais e o Nuci caíram 8,2%, 30,2% e 2,4 pontos percentuais, respectivamente.

Expectativas

A pesquisa Sensor de junho, também produzida pelas entidades, cedeu 1,4 ponto, para 50,2 pontos, seguindo pelo 17º mês consecutivoacima dos 50 pontos. que sinaliza expectativa de aumento da atividade industrial paulista. No entanto, esse nível não era visto desde julho de 2017.

Dos indicadores que compõem o Sensor, a variável de vendas cedeu 2 pontos, para 51,8 pontos em junho. O indicador de estoques caiu 1,5 pontos ante maio (46,8 pontos), marcando 45,3 pontos no mês de junho, de tal forma, indica que os estoques estão acima do nível desejado.

Houve queda também no indicador de emprego (1,5 ponto), que marcou 50,8 pontos no mês, sendo que resultados acima dos 50,0 pontos indicam expectativa de contratações para o mês.

Para a variável que capta as condições de mercado, o recuo foi de 1,7 ponto, passando de 53,3 pontos em maio para os 51,6 pontos no mês de junho. Acima dos 50,0 pontos, indica melhora das condições de mercado.