Discos voadores? Pilotos avistam óvnis no céu do Brasil há anos; veja casos
Em 2022, vários pilotos de voos comerciais relataram ter avistado luzes não identificadas nos céus nas proximidades de Porto Alegre (RS). Nas conversas entre os tripulantes e a torre de controle do aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, essas luzes são descritas como de cor azul, intermitente, e que giravam.
Diversas pessoas consideraram que essas luzes se tratavam de óvnis (objetos voadores não identificados).
Isso não quer dizer que sejam, necessariamente, algo de outro planeta. São considerados, apenas, algo que não teve sua origem identificada, podendo ser, até mesmo, fenômenos atmosféricos.
No Brasil, pilotos relatam fenômenos como esse de maneira oficial há décadas. Relembre outros momentos em objetos não identificados foram flagrados em voos nos céus do país.
Voo Vasp 169
Em fevereiro de 1982, durante o voo 169 da extinta Vasp, o piloto e diversos passageiros relataram observar algo até hoje não identificado. O suposto óvni consistia em uma luz muito forte do lado esquerdo do avião, e que mudava de cores entre azul, branco, laranja e vermelho.
O avião cumpria a rota entre Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ), e as luzes se aproximaram pela primeira vez por volta das 3h daquele dia, enquanto sobrevoava a Bahia.
O comandante do Boeing 727 avisou os 150 passageiros do fato, e vários testemunharam o que ocorreu durante a madrugada.
Ele chegou a tentar contato com o óvni, por meio das luzes do avião. A única resposta teria sido uma aproximação acentuada daquele objeto com a aeronave.
Apesar da grande quantidade de testemunhas, até hoje não há nenhuma conclusão sobre o que ocorreu no voo.
'Noite oficial dos óvnis'
Na noite de 19 de maio de 1986, ocorria em várias regiões do Brasil um fenômeno que ficou conhecido como a "noite oficial dos óvnis", ou "a noite dos discos voadores".
Naquele dia, objetos luminosos foram flagrados voando em diversas rotas aéreas, com registros oficiais da Aeronáutica em São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná. Como até os dias atuais não se sabe ao certo o que eram esses objetos, eles foram considerados como óvnis.
Tudo teve início quando um controlador de tráfego aéreo disse ter detectado pontos luminosos no céu e, em seguida, na tela do radar da torre de controle do aeroporto de São José dos Campos (SP). Como houve a identificação no radar, acredita-se que não eram apenas pontos luminosos, mas objetos em si.
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Quero receberDurante aquela noite, vários pilotos também passaram a informar que observaram luzes semelhantes. As informações registradas na época descreviam os objetos como de cor predominantemente vermelha e com alterações para amarelo, verde e alaranjado.
Seu tamanho era suficiente para colocar em risco os aviões que trafegavam por onde eles apareciam. Devido a isso, foram acionados os caças F-5 e Mirage da FAB (Força Aérea Brasileira) para interceptar essas luzes à época.
Visivelmente impressionado, em um momento das gravações, o controlador de voo que observava as luzes disse no rádio: "[Centro de Controle de Área de] Brasília? Boa noite e bem-vindos ao festival dos discos voadores! Tá uma loucura isso aqui, cara!". Ouça o áudio aqui.
O que poderiam ser?
As luzes avistadas na região sul do país recentemente eram satélites da rede Starlink. Estes satélites são lançados em grandes grupos de 30 a 40 por um único foguete e vão sendo liberados aos poucos, formando uma 'fila'.
Já sobre os casos mais antigos, não é possível fazer uma afirmação concreta, já que não há referências sólidas sobre o que ocorreu naqueles voos, declara o astrônomo.
A combinação de objetos celestes brilhantes (como Vênus ou Marte) com nuvens baixas se movendo rápido pode levar a ilusões de ótica estranhas, os objetos parecem de fato estar se movendo no céu. Outra possibilidade interessante é a fragmentação de um objeto na alta atmosfera, poderia ser um objeto natural como um meteoro ou então um fragmento de satélite ou foguete.
Este tipo de fragmentação pode resultar num 'chuveiro' de luzes no céu. Um exemplo (triste) do que estou falando são as filmagens do acidente ocorrido na reentrada do ônibus espacial Columbia em 2003, que resultou na perda da tripulação.
Fonte: Roberto Costa, astrônomo e professor do Departamento de Astronomia o IAG-USP
*Com matéria publicada em 30/11/2022
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