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Produtores plantam flores comestíveis para salada, geleia e brownie gourmet

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

11/02/2014 06h00

Agricultores vêm produzindo flores como amor-perfeito, minirrosa e capuchinha que são usadas na cozinha, para preparar saladas, geleias e sobremesas especiais, como brownie gourmet.

O mercado de flores comestíveis é explorado por produtores especializados em plantas medicinais, ervas e temperos. Os prinicipais clientes são restaurantes, hotéis e consumidores interessados em gastronomia.

“Flores comestíveis devem ser sempre orgânicas, sem a aplicação de agrotóxicos, com uso apenas de produtos naturais para evitar fungos e insetos”, afirma Deborah Orr, dona da DRO Ervas e Flores, que produz estas flores.

Leite cru e fumo, por exemplo, são utilizados por ela para evitar fungos nas plantas. Para afastar insetos, usa óleos vegetais com propriedades inseticidas, como o da planta de origem indiana nim.

“Não dá para vender uma flor com um furo causado por inseto. As flores também não podem tomar chuva, para não se estragarem; ficam em estufas até se desenvolverem, o que leva em média três meses”, diz Deborah Orr.

A empresária, que começou a plantar flores comestíveis em 1997, em Cerquilho (SP), produz 15 mil flores de 40 variedades por mês e as vende para restaurantes, hotéis e faculdades de gastronomia. Ela já produzia ervas finas para restaurantes.

O viveiro Sabor de Fazenda, no bairro da Vila Maria, em São Paulo, está nesse ramo há dez anos, e hoje produz cerca de 100 mudas de flores comestíveis por mês. Seus clientes são consumidores que se interessam por novidades da cozinha e compram mudas para plantar em casa.

“Sempre alerto que as flores usadas na culinária não são as mesmas compradas na floricultura, e quem tem alergia a pólen deve evitar”, afirma a dona do viveiro, Sabrina Jeha, especialista em ervas e plantas medicinais.

Entre os tipos produzidos com fins culinários estão hibisco, begônia, capuchinha, estrelinha, minirrosa, flor da cebolinha, flor de abobrinha, rosela, calêndula, capuchinha, flor-de-mel e crisântemo. As mudas custam de R$ 4 (capuchinha) a R$ 7 (minirrosa).

Capuchinha e amor-perfeito são as mais consumidas

As flores comestíveis mais usadas na gastronomia são a capuchinha e o amor-perfeito. Elas valorizam a apresentação de pratos e fornecem gosto e aroma suaves, mas não têm valor nutricional.

De acordo com a nutricionista e professora do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) Gislaine Andrade, a capuchinha tem o sabor picante e lembra o agrião. Já o amor-perfeito tem gosto mais adocicado.

“Elas ficam melhor em pratos frios porque podem murchar com calor. Usamos mais em finalizações mesmo, para manter a beleza da flor”, diz a nutricionista.

O chef Roni Kormis, do restaurante tailandês Namga, em São Paulo, diz que as flores que mais utiliza em pratos são capuchinha, amor-perfeito, calêndula e minirrosa. “Depende da época do ano e do que há no mercado, porque há poucos lugares que vendem”, diz.

No empório Casa Santa Luzia, em São Paulo, a variedade mais vendida é o amor-perfeito, que custa R$ 5,70 a caixinha com três ou quatro flores. A loja ainda vende calêndula, flor de abobrinha, minirrosa e capuchinha. Por mês, o empório vende de 180 a 200 caixinhas.