Bolsa cai 10% no mês; Bradesco perde 5% no dia com seu presidente indiciado
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (31) em queda de 1,01%, a 48.471,71 pontos. É a terceira queda seguida da Bolsa e o menor nível desde 6 de abril (48.096,24 pontos). Na véspera, a Bolsa havia caído 0,18%.
Com isso, a Bovespa termina maio com perda de 10,09%, após três meses de alta. Foi o pior mês desde setembro de 2014, quando o índice teve baixa de 11,7%.
Apesar disso, a Bolsa ainda acumula valorização de 11,81% no ano.
A queda do dia foi puxada, principalmente, pelo desempenho negativo das ações do Bradesco, que tombaram 5%, do Itaú Unibanco e da Petrobras. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
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Bradesco despenca 5%
As ações do Bradesco (BBDC4) despencaram 5%, a R$ 22,80, após a Polícia Federal indiciar o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência no âmbito da Operação Zelotes.
"Acho que ninguém esperava isso. Todo mundo estava alerta em cima dos políticos e aparece algo como isso em um dos bancos mais sólidos do país", disse à agência de notícias Reuters o operador da corretora Ativa Arlindo Sá.
A Operação Zelotes investiga a venda de sentenças do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.
Em comunicado, o banco negou irregularidades.
Petrobras perde 4%
As ações preferenciais (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, perderam 4,06%, a R$ 8,04.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, caíram 3,78%, a R$ 10,18.
Os papéis da empresa foram influenciados pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional.
Vale cai 1,14%
As ações ordinárias da Vale (VALE3) se desvalorizaram 1,14%, a R$ 11,24, e as ações preferenciais da Vale (VALE5) tiveram baixa de 0,42%, a R$ 14,22.
Os papéis da mineradora foram influenciados pela queda nos preços do minério de ferro na China e por notícias de que a empresa adulterou dados sobre o volume de lama que jogava na barragem de Fundão, que ruiu em novembro e deixou 19 mortos em Minas Gerais.
Em nota, a Vale disse que realizou auditoria nos dados informados anteriormente ao governo para "corrigir o que cabia" e que todas as alterações foram avisadas à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.
Itaú cai; BB sobe
As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) fecharam em queda de 2,19%, a R$ 29,05.
No sentido oposto, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) ganharam 0,37%, a R$ 16,47.
Fibria salta 5%
Os papéis da Fibria encerraram o dia como a maior alta do Ibovespa. As ações da Fibria (FIBR3) saltaram 5,03%, a R$ 33,40, após a empresa informar que elevou a capacidade de produção estimada na unidade de Três Lagoas (MS), um dia após divulgar aumento de preços da celulose de eucalipto.
Dólar sobe 0,96%, a R$ 3,612
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou com alta de 0,96%, cotado a R$ 3,612 na venda. Na véspera, havia caído 0,92%.
Com isso, o dólar encerra maio com valorização de 5,01%, após três meses seguidos de baixa. No ano, porém, a moeda ainda acumula desvalorização de 8,50%.
Bolsas internacionais
As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam em queda.
- Itália: -1,45%
- Espanha: -0,91%
- Alemanha: -0,68%
- Inglaterra: -0,64%
- França: -0,53%
- Portugal: -0,43%
A maioria das Bolsas da Ásia e do Pacífico fechou em alta. A Bolsa da China maior alta diária em três meses.
- China: +3,32%
- Japão: +0,98%
- Hong Kong: +0,9%
- Coreia do Sul: +0,83%
- Taiwan ficou estável
- Cingapura: -0,2%
- Austrália: -0,54%
(Com Reuters)
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