Você tem medo de investir seu dinheiro fora da poupança? Veja 5 opções
A poupança bateu recorde de captação em 2013. Mas será que isso ocorre porque o investidor não conhece alternativas?
A superintendente de investimentos do banco Santander Sinara Polycarpo acha que sim. "Muitas pessoas estão fazendo agora seu primeiro investimento e como não têm conhecimento de outra modalidade, acabam investindo na poupança mesmo porque ela é fácil", diz.
Miguel Ribeiro de Oliveira, executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), diz que o fato de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e taxa de administração é outro ponto que atrai. "A simplicidade é imbatível, e a rentabilidade não é ruim", diz.
Para o professor de Finanças do Insper Ricardo Humberto Rocha, a poupança não é mau negócio, mas não vai deixar ninguém rico. Ela pode ser um excelente meio de proteger da inflação aquele dinheiro que o investidor terá de usar rapidamente, afirma Rocha.
Synara Policarpo afirma que as pessoas não largam a poupança porque não têm informação. "Há muitos investimentos que têm um rendimento melhor do que a poupança com risco muito semelhante", diz. Ricardo Humberto Rocha concorda.
A pedido do UOL, os três especialistas listaram 5 investimentos para quem quer alternativas à poupança. Todos são de renda fixa e com baixo risco:
CDB – Não paga taxa de administração, mas paga Imposto de Renda (IR). Busque CDBs que remunerem com ao menos 90% do CDI. Há aplicações que pagam retornos crescentes à medida que o investidor deixa o dinheiro no banco. É possível obter uma rentabilidade interessante a partir de R$ 5.000.
Como o CDB é um empréstimo do investidor ao banco que emite o papel, quanto maior o banco, mais "seguro" o empréstimo. O CDB tem proteção do Fundo Garantidor de Créditos de até R$ 250 mil por CPF e por banco (em caso de quebra da instituição). "Mantenha sempre o investimento dentro do limite do FGC", diz Ricardo Humberto Rocha. O limite de R$ 250 mil é o de todas as aplicações feitos por aquele CPF e naquele banco (tem de somar tudo: CDB, poupança, LCI).
Fundos de renda fixa – Para investir em fundos, a dica é olhar a taxa de administração. Para que o fundo ganhe da poupança, a taxa tem de ser menor que 1%, diz Miguel Ribeiro de Oliveira. Os fundos têm incidência de IR, que vai de 22,5% para aplicações com menos de 6 meses a 15% para períodos acima de 2 anos. Os fundos mais conservadores são os fundos DI.
Fundos não têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito, mas suas contas são mantidas separadas das instituições. Há incidência de imposto come-cotas, que é um desconto semestral de IR.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) - São títulos de crédito que têm como garantia financiamentos imobiliários ou financiamentos agrícolas.
Não há incidência de IR nem de taxa de administração e são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de crédito) no valor de até R$ 250 mil. A desvantagem é que normalmente têm prazo para que o dinheiro permaneça aplicado, sendo impossível fazer a retirada enquanto não vencer a data do resgate.
Previdência privada – "Para o dinheiro que terá como destino a aposentadoria ou outro objetivo de longo prazo, investir em previdência privada é praticamente imbatível", diz Sinara Polycarpo.
Atenção para a taxa de administração. "Uma taxa de 1,5% ao ano é viável, mas uma taxa de 3% ao ano vai retirar toda a rentabilidade do investidor", diz. A previdência também tem a vantagem, segundo a executiva, de não ter a incidência do come-cotas.
Tesouro Direto – o Tesouro Direto é a maneira de investir em títulos públicos emitidos pelo governo. Eles podem ser indexados à taxa Selic, à inflação ou ainda pagar uma taxa previamente acordada de juros (os chamados títulos prefixados).
Podem ser um ótimo investimento, mas precisam de um pouco mais de conhecimento, declara Miguel Ribeiro de Oliveira. Precisam da intermediação de uma corretora ou banco para fazer a aplicação, cobram taxa de custódia de 0,3%, e não têm liquidez diária, ou seja, é preciso esperar as quartas-feiras para resgatar a aplicação, se assim desejar.
É importante aplicar nos títulos que casem com a data que se deseja retirar a aplicação, porque aí o investidor terá certeza de que irá receber o valor que está contratando. Se vender o papel no meio do caminho, poderá perder dinheiro.
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