Como investir em Tesouro e CDBs para usar o dinheiro nos próximos meses
Quer receber matérias como essa toda semana no seu e-mail? Assine a newsletter UOL Investimentos.
Os investimentos de renda fixa atrelados ao CDI e prefixados continuam como uma boa opção para o investidor, mesmo com a queda na Selic. Mas qual investimento escolher até o final de 2023? Vai depender do seu prazo.
Renda fixa prefixada
Prefixados são oportunidade para "travar" rendimento elevado por mais tempo. David Martins, consultor de investimentos, diz que um título prefixado, como o Tesouro Direto, com prazo de vencimento para 2026, paga 10,50% ao ano. Pode parecer desvantajoso com a taxa a 12,75% hoje. "Porém, com a queda dos juros, posso ter uma taxa travada maior do que a Selic", afirma. O Tesouro prefixado com vencimento para 2029 rende em torno de 11,40% ao ano. Os valores foram pesquisados no dia 17 de outubro.
Prefixados representam proteção contra corte de juros. E são, ainda, um meio para obter maior previsibilidade quanto ao retorno do investimento, afirma Giordano Gorham Miolo, especialista em investimentos do Ailos. Afinal, são os únicos investimentos em que é possível saber quanto você deve receber na data de vencimento.
Selic em 10% deve ser realidade até meados de 2024. No boletim Focus, os economistas ouvidos pelo BC acreditam que os juros encerrarão em 11,75% ao ano. E só no final de 2024 que a taxa deve ser de 9% ao ano. Por isso, travar um retorno maior que esse, hoje, pode ser uma boa.
Não são a melhor opção para o longo prazo. Apesar do bom retorno, esses papéis podem perder a capacidade de sustentar um ganho acima da inflação a longo prazo, segundo o head de produtos da Guide Investimentos, Waldemar Santana. O investidor precisa estar atento ao período de mudança nos juros para remanejar a carteira e não perder rentabilidade. Por isso, é importante que prefixados não sejam a maior parte da carteira.
Considerando a projeção de redução para os próximos meses, seria possível obter uma remuneração superior à da taxa básica de juros, caso eu permanecesse com o título na carteira até o vencimento.
Giordano Gorham Miolo, especialista em investimentos do Ailos
Veja opções:
CDB Prefixado
- Emissor: Will Financeira
- Distribuidor: Nu Invest
- Rentabilidade bruta: 13,43% a.a.
- Rentabilidade líquida: 10,29% a.a.
- Vencimento: 15/01/2024.
LCI Prefixada
- Emissor: BTG Pactual
- Distribuidor: BTG Pactual
- Rentabilidade bruta: 10,43% a.a.
- Rentabilidade líquida: 10,43% a.a.
- Vencimento: 15/01/2024.
LCI prefixada
- Emissor: Pine
- Distribuidor: Pine Online
- Rentabilidade bruta: 11,20% a.a.
- Rentabilidade líquida: 11,20% a.a.
- Vencimento: 15/01/2024.
Renda fixa pela Selic ou CDI
Investimentos que seguem a Selic ou o CDI se mantêm atrativos. Santana, da Guide, diz que assim como os prefixados, esses ativos continuarão interessantes enquanto os juros permanecerem acima de dois dígitos. Ou seja Tesouro Selic, com remuneração pelos juros mais uma taxa prefixada, deve continuar como boa opção no curto prazo.
Títulos bancários chegam a pagar 120% do CDI. São exemplos os Certificado de Depósito Bancário (CDBs). Eles são oferecidos por bancos a investidores comuns para aumentar as captações. "Com a Selic ainda em dois dígitos, estamos falando de um CDI com uma rentabilidade ainda expressiva", diz o consultor de investimentos David Martins.
Títulos públicos oferecem maior segurança. Isso porque eles são garantidos pelo Tesouro Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, afirma Martins. Por outro lado, os títulos privados têm como garantia o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Em caso de perdas do banco, o investidor tem garantido R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada instituição, até o teto de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Renda fixa privada vai além de CDBs. LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e debêntures incentivadas são algumas das alternativas. São investimentos que servem de instrumento para que empresas possam captar recursos no mercado. Diferente do Tesouro Direto, eles são isentos do pagamento do Imposto de Renda.
LCI pós-Fixada
- Emissor: Banco ABC
- Distribuidor: ABC Personal
- Rentabilidade bruta: 93% do CDI a.a.
- Rentabilidade líquida: 10,87% a.a. com Selic nos patamares atuais
- Vencimento: 17/01/2024.
LCI pós-fixada
- Emissor: Bari
- Distribuidor: Bari
- Rentabilidade bruta: 98% do CDI
- Rentabilidade líquida: 11,45% a.a., com a Selic nos patamares atuais
- Vencimento: 17/01/2024.
CDB Pós-Fixada
- Emissor: Pan
- Distribuidor: NuInvest
- Rentabilidade bruta: 120% do CDI
- Rentabilidade líquida: 10,74% a.a., com a Selic nos patamares atuais
- Vencimento: 17/01/2024.
CDB pós-fixado
- Emissor: BMG
- Distribuidor: Nu Invest
- Rentabilidade bruta: 120% do CDI a.a.
- Rentabilidade líquida: 10,75% a.a, com a Selic nos patamares atuais.
- Vencimento: 31/01/2024.
Renda fixa atrelada ao IPCA
Boa escolha para manter o poder de compra do dinheiro. O Tesouro IPCA+ oferece o retorno da inflação mais um ganho real em uma taxa prefixada de 5,5%, em média - mas que pode chegar a IPCA + 5,90% no caso do título com vencimento em 2045. Martins, consultor de investimentos, diz que o ativo chegou a pagar o IPCA mais 6,5% ao ano.
Cuidado com o prazo. Para garantir esse retorno, é necessário deixar o dinheiro aplicado até o prazo de vencimento. E não há, no Tesouro, investimentos atrelados ao IPCA voltados para o curto prazo. "Mas ainda é uma taxa bem atrativa com um risco baixo. Se ele precisar se desfazer antes do vencimento, o Tesouro Nacional garante a recompra. Ele não precisa ficar preso ao título", afirma.
Títulos que seguem o IPCA+ garantem uma rentabilidade real ao investidor. Na prática, o rendimento será sempre superior à inflação, independente da taxa de juros. Isso garante que o seu poder de compra sempre irá aumentar ao longo do tempo, afirma Miolo, do Ailos.
Inflação vem caindo em 2023. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o reajuste de preços no país, está em 5,19% nos 12 últimos meses até setembro, depois de ter chegado 4,61% em agosto, no acumulado de 12 meses.
Essa tendência de queda afeta o investimento que estão atrelados ao IPCA, mas não a taxa fixa. Ou seja, rendimento real - o quanto o dinheiro rende acima da inflação - continua o mesmo.
Na Yubb, não há investimentos atrelados ao IPCA com prazo de resgate para os próximos três meses.
E como escolher?
Não há grandes diferenças a curto prazo. Mas o investidor precisa ficar atento a alguns aspectos. Como nos títulos do Tesouro Direto, os rendimentos do CDB precisam pagar o IR à Receita Federal. Isso varia entre 15% a 22,5%, dependendo de quanto tempo o dinheiro permanecer investido. Outro ponto é que alguns investimentos possuem liquidez diária, enquanto outros só podem ser resgatados na data de vencimento. Isso pode fazer a diferença em uma situação emergencial, por exemplo.
Alternativas. De acordo com o buscador de investimentos Yubb, há CDBs com vencimento para janeiro de 2024 que pagam 120% do CDI e prefixados com retorno de 13,43% ao ano. Se a escolha for um título indexado aos juros, aí a opção é mesmo o Tesouro Selic.
Mas como comparar? Um investimento que renda 120% do CDI tem um retorno, hoje, de 15,18% ao ano, mais ou menos. Com a Selic em 12,75%, a taxa DI gira em torno de 12,65%. 120% de 12,65% é 15,18%. Já com a Selic a 10%, o rendimento de um investimento que rende 120% do CDI é de 11,88% bruto ao ano. Assim, você consegue comparar investimentos semelhantes.
É necessário ainda considerar o desconto do IR. CDBs têm desconto do IR sobre o lucro - e isso varia conforme o prazo em que você deixa o dinheiro aplicado. No curto prazo, a alíquota é de 22,5%. Já LCIs ou LCAs são isentas de IR. Ou seja, não adianta comparar o rendimento bruto de um CDB com o de uma LCI - é necessário comparar o rendimento líquido de ambos.
Quer saber como economizar e investir, além do que está acontecendo na economia? Conheça e siga o novo canal do UOL "Economize e Invista" no WhatsApp.
Aulão: De endividado a investidor: como sair das dívidas e ter mais dinheiro
Dívidas são um dos principais obstáculos para quem quer organizar sua vida financeira. Pensando nisso, o UOL preparou um aulão para quem quer se livrar das dívidas para sempre e ter mais dinheiro para investir e realizar seus sonhos.
Qual a melhor estratégia para se livrar das dívidas? Dá para começar a investir mesmo endividado? E qual é o melhor investimento para iniciantes? Todas essas perguntas serão respondidas em uma série de três lives.
A primeira live sobre o tema já saiu. Veja aqui o passo a passo para se livrar das dívidas. A segunda live, que mostra onde e como começar a investir mesmo estando endividado, pode ser assistida aqui.
Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!
A última série do Papo com Especialista foi sobre Como investir para se aposentar sem depender do INSS. Para saber mais, acesse este link .
Quer investir melhor? Receba dicas no seu email
Você quer aprender a ganhar dinheiro com segurança em investimentos no curto, médio e longo prazo, mesmo que nunca tenha investido? O UOL tem uma newsletter diária gratuita que o ajuda nesse objetivo. Assine o Por Dentro da Bolsa aqui. Você recebe todos os dias, antes da abertura da Bolsa, uma análise do mercado feita pela equipe do PagBank Investimentos para aprender a investir melhor.
Você também recebe, semanalmente, uma análise sobre investimentos, com dicas sobre como aplicar melhor o seu dinheiro. Para assinar a newsletter gratuita de investimentos do UOL, é só clicar aqui. UOL Investimentos ainda tem diversos conteúdos diários que te ajudam a lidar melhor com seu dinheiro.
Tem dúvidas sobre ações, fundos e outros investimentos da Bolsa? Envie sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.
Deixe seu comentário