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Petrobras sai de lista das 20 maiores pagadoras de dividendo do mundo; veja

A maior pagadora de dividendos do mundo do ano passado foi a Microsoft (MSFT34), que remunerou os seus acionistas com US$ 20,74 bilhões em 2023. A big tech recuperou a sua posição de maior pagadora global. Na segunda e terceira posição ficaram a Apple (AAPL34) e a petrolífera Exxon Mobil (EXXO34), com dividendos de US$ 14,90 e US$ 14,79 bilhões, respectivamente.

Já no Brasil, os dias de rainhas acabaram para Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). As companhias, que nos últimos anos chegaram a figurar entre 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo, contribuíram em 2023 com a drástica queda do país em ranking global. O Brasil registrou o maior corte de proventos entre os principais mercados.

Os dados são 41ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 90% dos dividendos pagos globalmente. A gestora britânica tem cerca de US$ 335 bilhões em ativos sob gestão.

Como ficaram os dividendos no Brasil?

Segunda a gestora, a Petrobras pagou US$ 8,09 bilhões aos seus acionistas em 2023. Foi um corte de US$ 10 bilhões em relação a 2022. Já a mineradora Vale, remunerou os investidores com US$ 5,78 em 2023- baixa anual de US$ 1,2 bilhão.

A Petrolífera ocupou a posição 25° no ranking global, enquanto a Vale ficou no 50° lugar. Em 2022, ambas as empresas figuraram nos postos 2° e 32°, respectivamente. A Vale chegou a ocupar a 8ª posição em 2021. Também houve um pequeno corte na Ambev (ABEV3), que no ano passado pagou US$ 2,37 bilhões.

Essas reduções mascararam o forte crescimento dos bancos brasileiros. O Banco do Brasil (BBAS3) remunerou os investidores com US$ 2,65 bilhões em 2023, ocupando a 146ª posição, já o Bradesco (BBDC4) pagou US$ 910 milhões. B3 (B3SA3), Weg (WEGE3) e Eletrobras (ELET6) também integraram o ranking da Janus Henderson, com US$ 450, US$ 390 e US$ 90 milhões pagos, respectivamente.

E no mundo, como ficou o pagamento de dividendos?

Se para o Brasil o cenário é de vacas magras, não aconteceu o mesmo com o resto do mundo. Os dividendos globais atingiram recorde US$ 1,66 trilhão em 2023, um crescimento nominal de 5,6%. Sem considerar efeitos das taxas de câmbio, dividendos extraordinários e outros aspectos técnicos, o crescimento subjacente foi de 5%.

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Os bancos tiveram dividendos recordes em 2023 e contribuíram com a metade do crescimento mundial dos proventos. Na outra ponta, a maior queda foi do setor de mineração. Fabricantes de veículos também tiveram recordes. Setores como serviços públicos, software, alimentos e engenharia se destacam.

A nível global, 86% das empresas aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis. Por outro lado, cinco empresas promoveram os maiores cortes na remuneração dos acionistas mundialmente: BHP (US$ 12,3 bilhões pagos), Petrobras (US$ 8,09 bilhões), Rio Tinto (US$ 5,01 bilhões. Intel e AT&T não figuraram no ranking de 2023, mas em 2022 haviam distribuído US$ 5,6 e 14,8 bilhões.

Maiores pagadoras de dividendos do mundo

Veja abaixo as 10 maiores pagadoras de dividendos do mundo em 2023

  1. Microsoft Corporation - EUA - US$ 20,74 bilhões
  2. Apple Inc - EUA - US$ 14,90 bilhões
  3. Exxon Mobil - EUA -US$ 14,79 bilhões
  4. China Construction Bank - China- US$ 12,99 bilhões
  5. PetroChina - China - US$ 12,75 bilhões
  6. BHP Group -Austrália- US$ 12,30 bilhões
  7. China Mobile Limited - China - US$ 12,14 bilhões
  8. Johnson & Johnson - EUA - US$ 11,99 bilhões
  9. JPMorgan Chase & Co - EUA - US$ 11,81 bilhões
  10. A.P. Moller - Maersk AS - Dinamarca- US$ 11,73 bilhões

Subtotal: US$ 136,1 bilhões

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Fonte: Janus Henderson

Mercados emergentes e América Latina

O México registrou um dividendo recorde de US$ 9 bilhões, crescimento nominal de 55,5%. A maior contribuição veio da Walmex, que apresentou forte crescimento de receitas e lucros, estes refletiram em uma boa combinação de dividendos regulares e extraordinários. O peso mexicano também impactou positivamente em 16 pontos percentuais. Contudo, estes fatores não foram suficientes para compensar o corte da mineradora Grupo México.

Na Colômbia, o destaque foi a Ecopetrol, única empresa do país no índice global, que pagou US$ 4,1 bilhões em proventos em 2023. Em outras partes da América Latina, o conglomerado petrolífero e florestal chileno Empresas Copec fez um corte grande nos proventos. O Chile apresentou dividendos de US$ 400 milhões, queda anual de 19,1%.

Nos mercados emergentes, os proventos alcançaram recorde pelo terceiro ano consecutivo. Chegaram a US$ 166,1 bilhões, crescimento nominal de 8%. Mas, considerando o câmbio e proventos extraordinários, o crescimento ficou estável, com a queda no Brasil e China.

Destaques globais

Globalmente, 22 países alcançaram um patamar de dividendos recordes, entre estes: Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá, México e Indonésia. A Europa, sem o Reino Unido, e o Japão foram os principais impulsionadores do crescimento mundial de dividendos.

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Os Estados Unidos foram um dos principais motores para a alta dos dividendos, por conta do peso do país no índice. Mas o crescimento subjacente foi de 5,1%, semelhante à média global.

Como deve ser em 2024?

Para 2024, a expectativa de Janus Henderson é positiva, com dividendos globais de US$ 1,72 trilhão. Isso representaria um crescimento nominal de 3,9%. Considerando câmbio e proventos extraordinários, a alta seria de 5%.

Os juros altos no mundo ainda terão impacto, diz diretor de renda variável global da Janus Henderson, Ben Lofthouse. Os juros levam a um crescimento econômico global mais lento e custo de financiamento mais elevado para as empresas. "A taxa de crescimento dos dividendos dos EUA no 4° trimestre é um bom presságio para 2024, as empresas japonesas iniciaram um processo de retorno de mais capital para os acionistas, a Ásia parece estar se recuperando e os dividendos na Europa estão bem cobertos", avalia Lofthouse.

Em relação a setores, ele destaca que o crescimento dos bancos até o momento visto deve desacelerar. Na outra ponta, os efeitos negativos da mineração terão impactos menores nos proventos globais.

"Os preços da energia continuam firmes, de modo que os dividendos do petróleo são acessíveis e os grandes setores defensivos, como saúde, alimentos e bens de consumo básicos, devem continuar a progredir de forma constante", reforça o diretor da Janus Henderson.

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Lofthouse defende que os dividendos costumam ser menos variáveis do que os lucros das empresas no longo prazo. Para ele, o fluxo de caixa na maioria dos setores permaneceu forte e está proporcionando muito potencial para o pagamento de dividendos e recompra de ações.

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