Portugal sai do programa de resgate UE-FMI de recuperação da economia
LISBOA, 17 Mai 2014 (AFP) - Portugal se converteu oficialmente neste sábado no segundo país sob ajuda financeira da Eurozona, depois da Irlanda, a sair do plano de resgate e recuperar sua autonomia financeira.
O governo evitou qualquer triunfalismo: "Não é o momento para euforia", declarou seu porta-voz, Luis Marques Guedes. "É preciso manter o rigor para evitar voltar a cair" nos erros do passado, ressaltou.
Mas a saída dos inspetores da troica de credores (UE-FMI-BCE) não significará o fim da austeridade.
"Recuperamos a confiança dos investidores, mas o caminho a percorrer ainda é longo. A disciplina orçamentária prossegue", advertiu o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Assim como a Irlanda, Portugal sai do plano de resgate prescindindo de uma linha de crédito de precaução, ao amparo da queda das taxas de juros da dívida e das confortáveis reservas do país.
Atingido pela crise da dívida, Portugal se viu em 2011 incapaz de se financiar nos mercados de renda fixa, que exigiam taxas de juros proibitivas.
Depois de Grécia e Irlanda, se converteu, assim, no terceiro país da Eurozona a ter que pedir um plano de resgate à troica, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
O país fechou em maio de 2011 um acordo para um resgate de 78 bilhões de euros. Em troca, o governo teve que aplicar um plano de austeridade sem precedentes, que se concretizou em um corte drástico dos salários dos funcionários e das aposentadorias, e em um aumento de impostos de 30%.
- Tranquilizar os investidores -
Ao término de um Conselho de ministros extraordinário programado para este sábado, o Executivo previa tranquilizar os investidores sobre sua estratégia de crescimento no médio prazo, imitando, assim, o exemplo da Irlanda.
Mas o anúncio na quinta-feira de uma recaída do PIB português no primeiro trimestre foi um banho de água fria. Isso se deveu a um retrocesso temporário das exportações, mas este incidente não deve comprometer a recuperação progressiva da economia portuguesa prevista para 2014, segundo os especialistas.
De acordo com os dados macroeconômicos, a situação mudou em comparação a 2011: forte queda nas taxas da dívida, déficit sob controle, retorno do crescimento após a pior recessão desde 1975, forte aumento das exportações, turismo em níveis recordes. Já as taxas de juros da dívida portuguesa caíram a 3,5%, quando rondaram os 18% na pior fase da crise.
A intervenção da troica também permitiu reduzir à metade em relação a 2010 o déficit, que foi de 4,9% do PIB em 2013.
A dívida pública, no entanto, continuou subindo, e passou de 94% em 2010 a 129% do PIB em 2013.
Apesar dos dados macroeconômicos, a realidade para o cidadão médio é que cerca de um em cada cinco portugueses vive com uma renda inferior a 410 euros mensais.
A taxa de desemprego baixou, mas segue atingindo 15% da população e, em particular, 37,5% dos jovens.
Portugal sai, portanto, da tutela da troica, mas os credores continuarão vigiando o país até que três quartos dos empréstimos que obteve sejam devolvidos, o que não ocorrerá em menos de 20 anos.
O governo evitou qualquer triunfalismo: "Não é o momento para euforia", declarou seu porta-voz, Luis Marques Guedes. "É preciso manter o rigor para evitar voltar a cair" nos erros do passado, ressaltou.
Mas a saída dos inspetores da troica de credores (UE-FMI-BCE) não significará o fim da austeridade.
"Recuperamos a confiança dos investidores, mas o caminho a percorrer ainda é longo. A disciplina orçamentária prossegue", advertiu o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Assim como a Irlanda, Portugal sai do plano de resgate prescindindo de uma linha de crédito de precaução, ao amparo da queda das taxas de juros da dívida e das confortáveis reservas do país.
Atingido pela crise da dívida, Portugal se viu em 2011 incapaz de se financiar nos mercados de renda fixa, que exigiam taxas de juros proibitivas.
Depois de Grécia e Irlanda, se converteu, assim, no terceiro país da Eurozona a ter que pedir um plano de resgate à troica, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
O país fechou em maio de 2011 um acordo para um resgate de 78 bilhões de euros. Em troca, o governo teve que aplicar um plano de austeridade sem precedentes, que se concretizou em um corte drástico dos salários dos funcionários e das aposentadorias, e em um aumento de impostos de 30%.
- Tranquilizar os investidores -
Ao término de um Conselho de ministros extraordinário programado para este sábado, o Executivo previa tranquilizar os investidores sobre sua estratégia de crescimento no médio prazo, imitando, assim, o exemplo da Irlanda.
Mas o anúncio na quinta-feira de uma recaída do PIB português no primeiro trimestre foi um banho de água fria. Isso se deveu a um retrocesso temporário das exportações, mas este incidente não deve comprometer a recuperação progressiva da economia portuguesa prevista para 2014, segundo os especialistas.
De acordo com os dados macroeconômicos, a situação mudou em comparação a 2011: forte queda nas taxas da dívida, déficit sob controle, retorno do crescimento após a pior recessão desde 1975, forte aumento das exportações, turismo em níveis recordes. Já as taxas de juros da dívida portuguesa caíram a 3,5%, quando rondaram os 18% na pior fase da crise.
A intervenção da troica também permitiu reduzir à metade em relação a 2010 o déficit, que foi de 4,9% do PIB em 2013.
A dívida pública, no entanto, continuou subindo, e passou de 94% em 2010 a 129% do PIB em 2013.
Apesar dos dados macroeconômicos, a realidade para o cidadão médio é que cerca de um em cada cinco portugueses vive com uma renda inferior a 410 euros mensais.
A taxa de desemprego baixou, mas segue atingindo 15% da população e, em particular, 37,5% dos jovens.
Portugal sai, portanto, da tutela da troica, mas os credores continuarão vigiando o país até que três quartos dos empréstimos que obteve sejam devolvidos, o que não ocorrerá em menos de 20 anos.
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