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Desemprego na Espanha atinge 23,7%, menor taxa desde 2011

Angeline Benoit

23/10/2014 13h53

23 de outubro (Bloomberg) – No terceiro trimestre, a taxa de desemprego da Espanha caiu para o seu menor nível desde o fim de 2011 e o país se transformou em uma das economias de maior crescimento da zona do euro.

O desemprego caiu para 23,7% nos três meses finalizados em setembro, de 24,5% no trimestre anterior, disse hoje em Madri o INE, o Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha. A economia cresceu 0,5% no período, segundo a previsão do Banco da Espanha.

Em 2012, o primeiro-ministro Mariano Rajoy, cujo mandato de quatro anos acaba no ano que vem, flexibilizou as leis sobre demissões e reduções salariais para estimular as empresas a contratarem.

Contudo, a taxa de desemprego ainda é a segunda mais alta da União Europeia depois da Grécia, apesar de a economia espanhola ter completado seu primeiro ano inteiro de crescimento desde 2008.

“A economia demorará cerca de oito anos para voltar aos níveis de emprego anteriores à crise”, disse Diego Triviño, analista da Intermoney Valores em Madri. “O desemprego continuará alto, próximo de 18%, durante os próximos cinco anos”.

Economistas consultados pela Bloomberg News preveem um declínio no desemprego para 24,1% no terceiro trimestre.

Estimativa do PIB

O Banco da Espanha estimou que o crescimento na quarta maior economia da zona do euro se reduziu para 0,5% no terceiro trimestre frente a 0,6% no segundo, segundo dados preliminares publicados hoje no seu boletim mensal. A publicação da primeira estimativa do INE está agendada para 30 de outubro.

Os riscos de queda têm aumentado nos últimos meses devido ao deterioro das perspectivas de crescimento no mundo inteiro, em particular na zona do euro, disse o banco central. Contudo, a instituição confirmou suas previsões de crescimento de 1,3% para 2014 e 2% para 2015.

O governo de Rajoy depende do crescimento econômico para reduzir o desemprego. A administração prediz que a taxa caia para 22,9% no ano que vem, comparado com o recorde de 26,1% em 2013, quando a economia se contraiu 1,2%.

“No médio prazo, o desemprego continuará declinando”, disse Giovanni Zanni, economista da Credit Suisse Securities em Londres. “O ritmo é bastante rápido considerando os níveis de crescimento. Há motivos bons, como o crescimento do emprego, e motivos ruins, como pessoas que estão abandonando a força de trabalho espanhola, mas os motivos bons provavelmente superem os ruins”.

Dívida do governo

O número de empregos subiu 1,59% em relação a um ano atrás no terceiro trimestre, mostram dados publicados hoje pelo INE. Em termos ajustados sazonalmente a criação de empregos aumentou em relação aos três meses anteriores, constituindo o quarto ganho trimestral consecutivo.

Apesar da previsão de o endividamento do governo chegar a 100% do PIB no ano que vem, na comparação com 40% de 2006 antes da recessão, seus custos de tomar empréstimos caíram para mínimos recordes neste ano.

Esse progresso está em perigo depois que um desmoronamento dos bonds gregos na semana passada levou os yields para o seu valor mais alto em dois anos e que a venda maciça infectou nações da Irlanda até a Espanha e seu vizinho ibérico, Portugal.