Boeing estuda fabricar o maior jato de fuselagem estreita da história
(Bloomberg) -- A Boeing Co. está estudando fabricar o maior jato de fuselagem estreita da história para preencher uma lacuna no mercado de aviação comercial aberta com o fim da produção do modelo 757, há uma década.
A eliminação da lacuna existente entre o 737, maior avião de corredor único da Boeing, e o 787 Dreamliner, o menor da empresa, é algo cada vez mais importante para a Boeing, que tem sede em Chicago. Clientes como a American Airlines vêm optando por um avião da Airbus Group SE para voos transcontinentais nos EUA, antes realizados pelo 757.
O lado positivo? Um novo avião que é 20% maior e ostenta 20% mais autonomia de voo que o 757, o mais longo avião de fuselagem estreita já construído, segundo John Wojick, chefe de vendas de aeronaves da Boeing. Os aviões de corredor único são os burros de carga da frota global de aeronaves e as deliberações da Boeing a respeito de um sucessor do 757 vêm sendo acompanhadas de perto pela indústria da aviação.
As empresas aéreas estão sinalizando que "'o que gostaríamos é de um avião que seja substancialmente maior e voe significativamente mais longe'" que os atuais modelos de fuselagem estreita da Boeing e da Airbus, disse Wojick, em uma entrevista.
O 757 tradicionalmente transporta 200 a 243 pessoas em uma configuração de duas cabines, viaja até 7.200 quilômetros e tem até 54 metros de comprimento. Nos EUA, as empresas aéreas muitas vezes colocam o avião em rotas transcontinentais movimentadas, transportando mais passageiros que em um 737 e, ao mesmo tempo, correndo menos risco de ter assentos por vender do que um avião de fuselagem larga.
Riscos de desenvolvimento
Desenvolver um jato de corredor único maior que o 757 tem seus inconvenientes, disse Wojick, que discursou para executivos de empresas aéreas em Miami, nesta semana, na reunião anual da Associação Internacional de Transportes Aéreos.
A Boeing não está convencida de que as receitas seriam suficientemente maiores para sustentar o investimento multibilionário exigido, disse Wojick. Existe também o risco de minar a família 737 Max, uma nova versão dos jatos que estreará em 2017.
A solução mais rápida e fácil para esse desafio da Boeing seria adicionar tanques de combustível extras ao maior modelo Max para criar uma versão de maior autonomia, disse ele.
"Nós conversamos com os nossos clientes sobre se eles se interessariam por um 737 Max 9 com mais combustível", disse Wojick em entrevista. "A resposta que eles nos deram foi um 'não'".
Combustível extra
A Airbus está tentando conquistar o nicho adicionando uma capacidade extra de combustível a uma variação do A321neo, um avião semelhante ao Max 9. A Air Lease Corp. é a primeira cliente, com uma encomenda de 30 unidades.
"Foi uma solução inovadora, mas a palavra certa seria paliativa", disse George Hamlin, presidente da Hamlin Transportation Consulting, com sede em Fairfax, Virgínia, EUA. "Isso resolve o problema para a Airbus e também para as pessoas que irão utilizá-lo".
A Hamlin prevê aumento da demanda por um jato que transporte 200 pessoas, com dois corredores para acelerar o embarque e uma fuselagem mais ampla do que a do 757, mas mais estreita que a do 767 de fuselagem larga.
Enquanto a Boeing e a Airbus, que tem sede em Toulouse, França, estudam como atender o mercado, estreantes como a Commercial Aircraft Corp., da China, podem tentar entrar no setor com um modelo parecido para desafiar o tradicional duopólio das vendas de aviões, disse ele.
"Eu suspeito que nem a Boeing, nem a Airbus querem ver isso acontecer", disse Hamlin.
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