IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Para Banco Mundial, América Latina está em "plena desaceleração"

07/10/2014 16h39

Washington, 7 out (EFE).- A economia latino-americana está "em plena desaceleração", com um crescimento estimado de 1,2% para 2014 e de 2,2% para 2015, por culpa da recessão na Argentina e na Venezuela e do baixo crescimento do Brasil, afirmou nesta terça-feira o economista-chefe do Banco Mundial (BM), Augusto da Torre.

Torre advertiu que o crescimento não voltará aos níveis da década passada, que variaram entre 4% e 5% ao ano. Ele afirmou que haverá "dificuldades e tensões" para manter o caminho da redução da pobreza extrema e da incorporação da população à classe média, duas das grandes conquistas sociais da região.

Durante a apresentação do relatório "Desigualdade em uma América Latina em baixo crescimento", Torre ponderou que a forte freada regional se deve, em grande medida, à situação na Venezuela e na Argentina, que encolherão 2,9% e 1,5%, respectivamente, e ao Brasil, que crescerá apenas 0,5%, segundo a análise do Banco Mundial.

Por outro lado, destacou que vários países crescerão acima dos 4% neste ano, como Panamá, Bolívia, Colômbia, Equador, Nicarágua e Paraguai. Ele afirmou, ainda, que cada vez se vê "mais heterogeneidade" no desempenho econômico da região.

Apesar dos números considerados desanimadores, Torre tingiu seu discurso de otimismo ao inserir esta desaceleração no contexto geral dos mercados emergentes, que viram seu ritmo de crescimento reduzido por causa da queda dos preços das matérias-primas e da menor procura da China.

Ele acrescentou que "é importante que, pela primeira vez na história recente, a região não siga um ciclo de bonança e crise do tipo que costumava gerar um retrocesso de econômico de muitos anos", graças, segundo ele, especialmente à maior estabilidade macroeconômica.

O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional realizam nesta semana suas reuniões anuais, na sede dos órgãos, no centro de Washington, nas quais líderes econômicos mundiais analisarão a "desigual" recuperação global.