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Classe média chega a 65% dos moradores de favelas no Brasil

Do UOL, em São Paulo

20/02/2013 12h34Atualizada em 20/02/2013 12h39

A maior parte dos moradores de favelas no Brasil ingressou para a classe média, de acordo com estudo divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Data Favela. De 2002 a 2013, a parcela de moradores de favelas que pertenciam à classe baixa encolheu de 60% para 32%, enquanto a parcela incluída na classe média cresceu de 37% para 65%.

O instituto de pesquisas Data Favela foi lançado nesta quarta-feira (20), numa parceria entre o sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, e Celso Athayde, da Favela Holding Participações.

Ainda segundo a pesquisa, as favelas brasileiras abrigam cerca de 12 milhões de pessoas, que geram R$ 56,1 bilhões de renda por ano. Esse valor é próximo ao do PIB (Produto Interno Bruto) da Bolívia, de cerca de R$ 57 bilhões (US$ 27,8 bilhões), segundo estimativas do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Celular passou de 26% para 89% nas favelas

O aumento de renda dessa parte da população também pode ser observado pela maior presença dos eletrodomésticos nos domicílios. De 2002 a 2013, o número de celulares passou de 26% para 89%; computadores com internet, de 1% para 31%; e máquina de lavar roupas, de 25% para 52%.

O estudo também aponta que a maior parte das compras realizadas pela população da favela é feita dentro das comunidades.

Em torno de 80% das recargas para o celular, serviços de salão de beleza e compras de alimentos em mercados e padarias são adquiridos dentro nas favelas. A exceção é a compra de eletrodomésticos: 60% delas são feitas em locais distantes da comunidade.

Escolaridade aumentou

A escolaridade também média também aumento: 35% dos habitantes passaram a ter ensino médio completo, ante 13% em 2002. O número de analfabetos caiu de 51% para 33%. No total, a média de estudos passou de quatro para seis anos.

O Amazonas, Pará e Amapá são os Estados com a maior porcentagem da população vivendo em favelas: mais de 10%. Mas em São Paulo e no Rio de Janeiro há o maior número absoluto de pessoas que habitam as comunidades.

A média de idade dos habitantes das favelas, de 30 anos, também tem crescido. Os jovens de até 14 anos eram 31% da população das comunidades em 2002. Em 2013, passaram para 26%. A população com idade entre 35 e 59 anos cresceu de 27% para 31% no mesmo período.

A pesquisa "As favelas brasileiras, um mercado de R$ 56 bilhões" é uma parceria do Data Popular com Celso Athayde e foi feita com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).