FMI reduz previsão de crescimento da economia e alerta para inflação
O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu nesta terça-feira (9) a previsão de crescimento da economia do país para 2,5%. Em abril, a entidade já havia rebaixado a estimativa para o PIB de 3,5% para 3%.
Projeção de crescimento das principais economias
País | Previsão PIB 2013 | Previsão PIB 2014 |
Brasil | 2,5% | 3,2% |
Estados Unidos | 1,7% | 2,7% |
China | 7,8% | 7,7% |
Alemanha | 0,3% | 1,3% |
França | -0,2% | 0,8% |
Itália | -1,8% | 0,7% |
Espanha | -1,6% | 0 |
Japão | 2% | 1,2% |
Reino Unido | 0,9% | 1,5% |
Rússia | 2,5% | 3,3% |
Índia | 5,6% | 6,3% |
México | 2,9% | 3,2% |
África do Sul | 2% | 2,9% |
Mundo | 3,1% | 3,8% |
Países Emergentes | 5% | 5,4% |
- Fonte: FMI
Para 2014, a entidade também reduziu e previsão de crescimento da economia, passando de 4% para 3,2%. A queda de 0,8 ponto percentual é a maior entre os países analisados.
Clique aqui e leia o texto completo do FMI (em inglês).
De acordo com o FMI, o Banco Central (BC) não deve afrouxar ainda mais a sua política monetária neste momento já que a inflação está muito elevada.
"Inflação (no Brasil) está acima da curva. Neste momento, usar estímulo monetário adicional seria, na nossa opinião, errado", disse o chefe do FMI para a divisão de Estudos Econômicos Mundiais, Thomas Helbling, em entrevista coletiva.
Em relatório, o FMI afirma que a revisão para baixo nas previsões se deve a desaceleração nos mercados emergentes e recessão mais duradoura na Europa.
A entidade diz também que o possível fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos pode levar as principais economias do mundo a um aperto nas condições financeiras.
"Se você olha país por país, parece haver um motivo específico para cada um deles. Na China, parecem os investimentos improdutivos, no Brasil, o investimento baixo, na Índia, incertezas administrativas e sobre políticas. Mas você se pergunta se não há algo por trás disso", disse Olivier Blanchard, o economista-chefe do Fundo.
Para ele, o que estaria por trás desse movimento é uma desaceleração do crescimento potencial (aquele que não acelera a inflação) e não do "componente cíclico". "Está claro que esses países não vão crescer a mesma taxa que cresciam antes da crise."
Economia brasileira patina
A previsão do FMI é maior do que a das instituições financeiras consultadas pelo BC para o Boletim Focus, que é de 2,34%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu na semana passada a previsão de crescimento da economia brasileira para 2%.
Ainda na onda de pessimismo com a economia do país, no fim de junho, o Banco Central rebaixou sua estimativa de alta do PIB: cortou de 3,1% para 2,7%.
Economia global
O FMI reduziu pela quinta vez desde o início do ano passado a previsão de crescimento da economia global no ano de 3,3% para 3,1%.
Os mercados emergentes, que tinham sido anteriormente o motor da recuperação global, contribuíram para a piora da perspectiva, intitulada "Dores do Crescimento". O FMI reduziu sua previsão de crescimento em 2013 dos países em desenvolvimento para 5%, incluindo uma previsão menor para os Brics -- China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.
Ao comentar os efeitos sobre a economia global dessa desaceleração dos emergentes, Blanchard disse que o FMI fez algumas simulações que mostram o potencial da perda de fôlego dessas economias. "Se o crescimento dos Brics ficar 2,0% abaixo do que projetamos, o impacto sobre os EUA seria de 0,5%. É algo que realmente tem importância", afirmou.
Na Rússia, o corte foi mais profundo. O FMI estima agora crescimento de 2,5% neste ano (contra 3,4% previstos em abril) e de 3,3% no ano que vem (contra 3,8%). "As perspectivas para muitos exportadores de commodities (incluindo aqueles entre os Brics) também se deterioraram devido aos preços de commodities mais baixos."
(Com Reuters e Valor)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.