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FMI reduz previsão de crescimento da economia e alerta para inflação

Matheus Lombardi

Do UOL, em São Paulo

09/07/2013 10h52Atualizada em 09/07/2013 14h28

O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu nesta terça-feira (9) a previsão de crescimento da economia do país para 2,5%. Em abril, a entidade já havia rebaixado a estimativa para o PIB de 3,5% para 3%. 

Projeção de crescimento das principais economias

PaísPrevisão PIB 2013Previsão PIB 2014
Brasil2,5%3,2%
Estados Unidos1,7%2,7%
China7,8%7,7%
Alemanha0,3%1,3%
França-0,2%0,8%
Itália-1,8%0,7%
Espanha-1,6%0
Japão2%1,2%
Reino Unido0,9%1,5%
Rússia2,5%3,3%
Índia5,6%6,3%
México2,9%3,2%
África do Sul2%2,9%
Mundo3,1%3,8%
Países Emergentes5%5,4%
  • Fonte: FMI

Para 2014, a entidade também reduziu e previsão de crescimento da economia, passando de 4% para 3,2%. A queda de 0,8 ponto percentual é a maior entre os países analisados. 

Clique aqui e leia o texto completo do FMI (em inglês).

De acordo com o FMI, o Banco Central (BC) não deve afrouxar ainda mais a sua política monetária neste momento já que a inflação está muito elevada.

"Inflação (no Brasil) está acima da curva. Neste momento, usar estímulo monetário adicional seria, na nossa opinião, errado", disse o chefe do FMI para a divisão de Estudos Econômicos Mundiais, Thomas Helbling, em entrevista coletiva.

Em relatório, o FMI afirma que a revisão para baixo nas previsões se deve a desaceleração nos mercados emergentes e recessão mais duradoura na Europa.

A entidade diz também que o possível fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos pode levar as principais economias do mundo a um aperto nas condições financeiras. 

"Se você olha país por país, parece haver um motivo específico para cada um deles. Na China, parecem os investimentos improdutivos, no Brasil, o investimento baixo, na Índia, incertezas administrativas e sobre políticas. Mas você se pergunta se não há algo por trás disso", disse Olivier Blanchard, o economista-chefe do Fundo.

Para ele, o que estaria por trás desse movimento é uma desaceleração do crescimento potencial (aquele que não acelera a inflação) e não do "componente cíclico". "Está claro que esses países não vão crescer a mesma taxa que cresciam antes da crise."

Economia brasileira patina

A previsão do FMI é maior do que a das instituições financeiras consultadas pelo BC para o Boletim Focus, que é de 2,34%.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu na semana passada a previsão de crescimento da economia brasileira para 2%. 

Ainda na onda de pessimismo com a economia do país, no fim de junho, o Banco Central rebaixou sua estimativa de alta do PIB: cortou de 3,1% para 2,7%.

Economia global

O FMI reduziu pela quinta vez desde o início do ano passado a previsão de crescimento da economia global no ano de 3,3% para 3,1%.

Os mercados emergentes, que tinham sido anteriormente o motor da recuperação global, contribuíram para a piora da perspectiva, intitulada "Dores do Crescimento". O FMI reduziu sua previsão de crescimento em 2013 dos países em desenvolvimento para 5%, incluindo uma previsão menor para os Brics -- China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

Ao comentar os efeitos sobre a economia global dessa desaceleração dos emergentes, Blanchard disse que o FMI fez algumas simulações que mostram o potencial da perda de fôlego dessas economias. "Se o crescimento dos Brics ficar 2,0% abaixo do que projetamos, o impacto sobre os EUA seria de 0,5%. É algo que realmente tem importância", afirmou.

Na Rússia, o corte foi mais profundo. O FMI estima agora crescimento de 2,5% neste ano (contra 3,4% previstos em abril) e de 3,3% no ano que vem (contra 3,8%). "As perspectivas para muitos exportadores de commodities (incluindo aqueles entre os Brics) também se deterioraram devido aos preços de commodities mais baixos."

(Com Reuters e Valor)