"Não vamos deixar a inflação atrapalhar o bolso do brasileiro", diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (9) que o governo não vai descuidar do controle da inflação, afirmando que os preços devem subir mais no fim do ano por conta da sazonalidade desfavorável.
"A inflação está sob controle, mas é claro que ela tem uma sazonalidade no fim do ano quando ela sobe um pouco, mas vamos ficar dentro da normalidade. Isso não significa que vamos descuidar para impedir que a inflação volte a subir e atrapalhe o bolso do brasileiro", afirmou.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pela primeira vez no ano o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou abaixo de 6% no acumulado em 12 meses.
A meta do governo para a inflação no ano é de 4,5%, mas pode oscilar de 2,5% a 6,5%.
A alta dos preços no país foi considerada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) um dos obstáculos para o crescimento do país. Segundo a entidade, o Brasil deve ter o menor crescimento entre os países emergentes no próximo ano.
Inflação acumulada em 12 meses
Fonte: IBGE
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, a além do município de Goiânia e de Brasília.
Governo tem segurado alta da gasolina, mas preço deve subir
Para ajudar a inflação a se manter dentro desse objetivo, o governo tem evitado autorizar a Petrobras (PETR4) a elevar os preços da gasolina desde janeiro. A decisão, no entanto, prejudicou a capacidade de investimentos da estatal.
O aumento nos preços é cobrado pela Petrobras, como forma de alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos valores internacionais, cotados em dólar.
Ontem, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que o preço pode subir ainda este ano, mas não há ainda uma data definida.
O diesel foi reajustado duas vezes este ano pela Petrobras--com altas de 6,6% em janeiro e 5% em março--, enquanto a gasolina teve uma alta de 5,4% janeiro.
Na gasolina, o governo tentou amenizar o impacto sobre a inflação com aumento na proporção de etanol misturado no combustível, de 20% para 25%, mas a decisão só foi executada em maio.
(Com agências)
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