Leite de Rosas faz 85 anos; relembre embalagens e propagandas antigas
Criada em 1929, a marca Leite de Rosas faz parte da memória afetiva de boa parte dos consumidores brasileiros. No aniversário de 85 anos, o produto que "limpa, alveja e amacia" a pele, como diziam comerciais antigos, quer se aproximar do público jovem.
Para alcançar esse objetivo, a marca aposta no lançamento de novos produtos, campanhas nas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram) e no slogan "Pense rosa" como símbolo da nova fase.
"A marca está um pouco envelhecida, então estamos buscando o público jovem. Pretendemos lançar novos produtos com outro perfil, mas dentro do segmento em que estamos acostumados a trabalhar", diz o diretor-geral Mauro Ribas, sem especificar as novidades.
A embalagem do produto, desenvolvido para limpeza e hidratação da pele das mulheres, também deve passar por uma modernização. "Pensamos em mudar o logotipo, mas a mudança da embalagem é sempre um risco, por isso estamos fazendo muitas pesquisas antes", diz Ribas.
Atualmente, além do produto de mesmo nome (que, segundo a fabricante, ganhou várias funções ao longo do tempo, como a de loção pós-barba), a empresa vende também sabonetes, desodorantes e hidratantes.
A formulação do cosmético que dá nome à empresa continuará a mesma. "Com o passar do tempo, alguns ativos usados na fabricação foram proibidos ou saíram do mercado, mas a formulação e a essência continuam as mesmas."
Produto foi criado por seringalista
O Leite de Rosas foi criado pelo seringalista Francisco Olympio de Oliveira, que se mudou do Amazonas para o Rio de Janeiro no início do século 20.
Oliveira desenvolveu, com um amigo farmacêutico, uma fórmula à base de álcool e cânfora, e começou a produzir o Leite de Rosas com a mulher no bairro de Laranjeiras, zona sul do Rio.
Foi o próprio seringalista que começou a fazer propaganda do produto, espalhando cartazes pela cidade. Com o tempo, passou a pagar por anúncios em rádio e televisão, chegando a ter, como garota-propaganda, a cantora Carmen Miranda.
Mas a marca, que nasceu voltada para a baixa renda, acabou não se beneficiando da ascensão da nova classe média no Brasil. No começo dos anos 2000, a família entrou em conflito e a gestão foi profissionalizada.
Em 2011, a família voltou ao comando pelas mãos de Ribas, neto de Oliveira. "Quando retomamos a gestão da empresa, ela tinha perdido 10% de participação no mercado e um prejuízo acumulado de quase R$ 25 milhões", afirma ele.
A empresa também era alvo de vários protestos na Justiça e tinha fechado sua primeira fábrica, na zona norte do Rio de Janeiro, e aberto outra unidade em Aracaju (SE).
"Havia boatos de que a empresa entraria em processo de recuperação judicial. Não tínhamos como cortar custos, então nos focamos nas vendas, que estavam em queda. Trouxemos a distribuição de volta para o Rio de Janeiro e, até março, pretendemos reabrir a fábrica na cidade", diz Ribas. A reabertura depende, ainda, da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O faturamento da empresa, que em 2012 foi de R$ 75 milhões, passou para R$ 110 milhões no ano passado. A expectativa é fechar 2014 com R$ 130 milhões e chegar a R$ 300 milhões até 2016.
Só o Leite de Rosas representa, atualmente, 10% do faturamento da empresa em todo o país. Cerca de 40 milhões de unidades são vendidas por ano.
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