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PF: Fraudes em financiamentos da Caixa no MA podem ter desviado R$ 500 mi

Da Agência Brasil, em Brasília

18/08/2014 11h06

A suspeita de que servidores da Caixa Econômica Federal, no Maranhão, teriam desviado mais de R$ 500 milhões por meio de um esquema fraudulento de financiamento de imóveis levou a Polícia Federal a cumprir 44 mandados judiciais nesta segunda-feira (18).

Segundo a assessoria da PF, os servidores criaram empresas fictícias em nome de parentes. 

As empresas eram então contratadas para prestar serviços como correspondentes bancários imobiliários, pelos quais recebiam comissões, mesmo os contratos sendo fechados nas próprias agências da Caixa, por pessoas ligadas ao esquema.

Ainda de acordo com a PF, escritórios de atendimento aos interessados foram montados no interior das agências bancárias, utilizando espaço físico e equipamentos da Caixa. 

Os empregados dessas empresas chegaram a ter acesso às senhas restritas de empregados da Caixa.

As investigações apontam que todos os contratos de financiamento firmados durante o ano de 2010 em uma das agências eram fraudulentos.

Caixa diz que demitiu funcionários

A Caixa afirma que fez uma investigação interna antes da operação da Polícia Federal, e as buscas da PF foram realizadas justamente a partir dessa sindicância.

Veja a nota oficial distribuída pela Caixa:

"A operação da Polícia Federal foi deflagrada após apuração administrativa instaurada pela Caixa, que culminou com a demissão de empregados envolvidos e com o encaminhamento de notícia-crime à PF.  A Caixa continua acompanhando o caso e está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações."

Operação da PF envolveu 121 agentes

121 policiais federais que participam da chamada Operação Cartago cumpriram 19 mandados de busca e apreensão, 18 de condução coercitiva (quando a pessoa é conduzida para prestar depoimento e liberada em seguida) e sete de comunicações de suspensão da função pública. 

O nome da operação é uma referência à queda da cidade de Cartago, ao fim das Guerras Púnicas, em 146 a.C

Os envolvidos no esquema criminoso responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de gestão fraudulenta, estelionato, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, inserção de dados falsos e sonegação fiscal.