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Usina que foi capa de disco do Pink Floyd vai virar condomínio de luxo

Por Verônica Mambrini

do UOL, em São Paulo

08/10/2014 18h36Atualizada em 09/10/2014 17h16

A usina termelétrica de Battersea, em Londres, famosa por aparecer na capa do disco “Animals”, da banda de rock Pink Floyd, lançado em 1977, vai virar um condomínio de luxo, com quitinetes por R$ 1,9 milhão.

A termelétrica parou de funcionar em 1983 e ficou abandonada por quase três décadas.  A área de cerca de 170 mil metros quadrados fica à beira do rio Tâmisa, na margem sul.

Em 2012, o clube de futebol inglês Chelsea fez uma proposta de compra para construir um estádio no local, mas o negócio não vingou. No mesmo ano, o local foi comprado por um consórcio formado pelas empresas S P Setia e Sime Darby, ambas da Malásia, por 400 milhões de libras (cerca de R$ 1,5 bilhão).

O local da usina e terrenos próximos serão transformados em um complexo comercial e residencial de 170 mil metros quadrados. O projeto de revitalização envolve investimentos de 10 bilhões de libras (cerca de R$ 38 bilhões).

Uma nova estação do metrô deve ser aberta perto do empreendimento em 2019.

A primeira fase do empreendimento foi lançada em janeiro do ano passado, com a venda dos primeiros imóveis residenciais. Foram 865 apartamentos; metade foi vendida para compradores do exterior, principalmente na Malásia e em Hong Kong.

Na segunda fase, o total de apartamentos vendidos saltou para 1.050. O projeto todo prevê 4.000 apartamentos, que devem estar prontos até 2025.

Mais apartamentos residenciais começam a ser vendidos na terceira fase, agora em outubro. Essa estapa inclui 325 mil metros quadrados de área comercial, com lojas, restaurantes, bares, hotéis e escritórios, além de 539 imóveis, com projeto feito pelos arquitetos Norman Foster e Frank Gehry.

Os apartamentos tipo quitinete custarão a partir de 495 mil libras (cerca de R$ 1,9 milhão) e os de um quarto, 590 mil libras (cerca de R$ 2,3 milhões). Os apartamentos de dois quartos começam na faixa de 1,2 milhão de libras (R$ 4,6 milhões) e os de quatro quartos poderão ser comprados a partir de 3,2 milhões de libras (R$ 12,3 milhões). O preço das coberturas só é divulgado sob consulta.

A terceira fase do projeto prevê um passeio central, o Electric Boulevard. À esquerda dele, será construído o Battersea Roof Gardens, um prédio que cria a ilusão de ondas, para contrastar com as formas duras da usina. Haverá jardins de três andares nos pisos mais altos.

Nesse prédio projetado pelo escritório Foster + Partners, os apartamentos terão estilo que remete aos anos 1930. Todas as unidades terão jardim de inverno com vista para o rio, e serviço de concierge (assistente pessoal).

O prédio terá uma área social com halls de entrada com três andares. Um dos pontos centrais do projeto é o jardim construído no telhado, um dos maiores de Londres, com vista para o Tâmisa.

O Battersea Roof Gardens terá um lounge com bar para uso comum nos últimos dois andares do prédio, com vista para a usina, além de academia privativa para moradores.

À direita do boulevard, será construído o Prospect Place, conjunto de cinco prédios assinado pelo escritório Gehry Partners. Todos os apartamentos terão jardim de inverno também.

O interior dos apartamentos do Prospect Place foi influenciado por conceitos japoneses, com painéis de correr para dividir ambientes, uso de madeira e integração entre ambientes internos e externos. As coberturas serão duplex, com espaços abertos entre os andares, e há também apartamentos duplex no nível do jardim.

No Prospect Place, haverá áreas sociais, lounge, biblioteca e espaços de trabalho. Também terá salas de reunião, de cinema, cozinha gourmet, academia de ioga e spa.

O último bloco do projeto é de uso misto. Terá 103 apartamentos, academia aberta ao público, clínica médica, hotel com 167 quartos, lojas, cafés e restaurantes no nível da rua.