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Juros cobrados do consumidor são os maiores em três anos, diz associação

Do UOL, em São Paulo

11/02/2015 17h33Atualizada em 11/02/2015 18h30

Os juros cobrados dos consumidores em linhas de crédito oferecidas por bancos e financeiras atingiram, em janeiro, o maior nível em três anos.

É o que mostra uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Segundo a associação, a taxa média cobrada dos consumidores em janeiro foi de 6,39% ao mês (110,29% ao ano). É a maior taxa registrada desde janeiro de 2012, quando os juros médios foram de 6,4% mensais (110,52% anuais).

Na comparação com dezembro de 2014, os juros de janeiro tiveram uma alta de 0,09 ponto percentual. Naquele mês, a taxa média ficou em 6,3% mensais (108,16% anuais).

Juros do cheque especial passam de 185% ao ano

A associação pesquisa, mensalmente, seis linhas de crédito voltadas aos consumidores. Dessas, cinco tiveram alta e uma ficou estável em janeiro.

Os juros cobrados no comércio passaram de 4,85% ao mês (76,85% ao ano) em dezembro para 4,95% ao mês (78,56% ao ano) em janeiro.

No cheque especial, a taxa média saiu de 8,92% ao mês (178,8% ao ano) para 9,14% ao mês (185,63% ao ano).

Segundo a Anefac, quem foi atrás de linhas de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para financiar carros também arcou com uma taxa maior em janeiro.

Os juros médios cobrados nessa linha de crédito passaram de 1,84% ao mês (24,46% ao ano) em dezembro para 1,90% ao mês (25,34% ao ano) em janeiro.

Nas linhas de empréstimo pessoal concedidas pelos bancos, as taxas subiram de 3,61% para 3,75% mensais (de 53,05% para 55,55% anuais). Os juros de empréstimo pessoal das financeiras, que eram de 7,34% ao mês (133,96% ao ano) em dezembro, subiram para 7,4% ao mês (135,53% ao ano) em janeiro.

Juro do cartão de crédito fica estável: 258,2% ao ano

Entre as seis linhas pesquisadas pela Anefac, apenas o rotativo do cartão de crédito ficou com os juros estáveis em janeiro. A média foi de 11,22% ao mês (258,20% ao ano).

Essa taxa, no entanto, havia alcançado, em dezembro, seu maior nível em 15 anos.

O coordenador da pesquisa e diretor-executivo da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, diz que uma das razões das altas taxas é o comportamento da Selic, a taxa básica de juros da economia.

Em janeiro, o Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,75% para 12,25% ao ano.

A tendência, segundo Oliveira, é que as taxas de juros das operações de crédito voltem subir nos próximos meses.