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Petrobras: Lucro de R$ 3,1 bi vira prejuízo de R$ 5,3 bi no 3º trimestre

Do UOL, em São Paulo

22/04/2015 20h36

A Petrobras divulgou nesta quarta-feira (22) que, no 3º trimestre de 2014 foi apurado prejuízo de R$ 5,3 bilhões em seus resultados financeiros.

A diferença em relação ao lucro líquido divulgado em 27 de janeiro de 2015, de R$ 3,1 bilhões, reflete a baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões), além de um complemento de provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico de R$ 1,6 bilhão.

A estatal também reduziu o valor de seus bens em R$ 44,3 bilhões, após ter reavaliado uma série de projetos, principalmente a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), mas esta conta entrou no balanço do quarto trimestre, que ainda não tinha sido divulgado.

Em todo o ano de 2014, a Petrobras acumulou perdas de R$ 21,6 bilhões, em comparação com lucro de R$ 23,57 bilhões obtido em 2013.

Empresa não deve pagar dividendos

No balanço, a empresa não programou nenhum dinheiro para pagar remuneração aos seus acionistas em relação ao ano de 2014. Os divididendos são a distribuição dos lucro da empresa com os detentores de ações.

Até a divulgação do balanço não auditado do terceiro trimestre, a estatal acumulava lucro de mais de R$ 13 bilhões ao longo do ano. No entanto, com a revisão dos resultados para incluir perdas com a corrupção, não "sobrou" lucro para ser distribuído entre os acionistas.

Quem tem ações da Petrobras, no entanto, não deve se preocupar com isso agora. Segundo a recomendação de analistas, ações são investimentos de longo prazo, e deve-se considerar o retorno oferecido ao longo dos anos.

Balanço foi adiado duas vezes

A divulgação tinha sido adiada por duas vezes. Um dos motivos dessa demora foi a dificuldade de definir uma metodologia para calcular o tamanho das perdas com corrupção.

Em novembro, a Petrobras chegou a divulgar os resultados operacionais do terceiro trimestre; em janeiro, publicou os dados financeiros relativos a esse período, mas sem contabilizar desvios com corrupção e sem a aprovação da auditoria. Os dados do quarto trimestre ainda não tinham sido apresentados.

Se o balanço não fosse divulgado, os credores poderiam pedir o pagamento antecipado de dívidas da estatal.

(Com agências de notícias)