Prejuízo da Gol sobe 770% em um ano e fica em R$ 2,13 bi no 3º trimestre
A companhia aérea GOL (GOLL4) registrou, no terceiro trimestre, prejuízo de R$ 2,13 bilhões, salto de 770% na comparação com o resultado negativo de R$ 245,1 milhões registrado no mesmo período de 2014.
O número foi afetado pela desvalorização do real frente ao dólar, o que aumentou a dívida companhia em dólar.
Cerca de 50% das despesas operacionais e 86,8% dos passivos financeiros da Gol, incluindo aeronaves, são denominadas em moeda americana, disse a empresa.
A receita operacional líquida ficou em R$ 2,49 bilhões, crescimento de 1,1% na comparação anual, motivado principalmente pelo aumento das receitas auxiliares e de cargas.
As despesas e custos operacionais somaram R$ 2,48 bilhões, aumento de 7,4% na comparação anual em meio à alta do dólar.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing (aluguel) de aeronaves (Ebitdar) totalizou R$ 377,5 milhões, queda de 18,4%, com margem de 15,2%, baixa de 3,6 pontos percentuais.
A margem operacional (Ebit) ficou em 0,4%, baixa de 5,8 pontos percentuais ante o terceiro trimestre de 2014 e, nos nove primeiros meses do ano, passou a acumular baixa de 1,2%.
Empresa deve reduzir frota de aviões
A companhia revisou sua projeção de margem operacional (Ebit) em 2015 para o intervalo de baixa de 2% a zero. A previsão anterior era de alta de 2% a 5%. A Gol citou impacto nos custos e despesas provocado por fatores como a instabilidade do dólar e a recessão econômica no Brasil.
Em resposta a esse cenário, a empresa também anunciou ajustes na malha e redução de frota de aviões. Dos quinze Boeing 737-800 NG programados para o período de 2016 a 2017, serão incorporados à frota apenas quatro aeronaves.
Além disso, será feito o subleasing (tipo de aluguel) de 12 aeronaves em 2016 às aéreas estrangeiras durante a baixa temporada no Brasil. Em 2015, foi feito subleasing de apenas sete.
Segundo a aérea, os ajustes na malha serão feitos para que possa se concentrar em rotas mais procuradas. A empresa deve reduzir frequências e cancelar destinos impactados pela alta do dólar.
Na operação doméstica, a Gol anunciou novos voos para a alta temporada, mas dentro da previsão de reduzir em até 1% a oferta doméstica em 2015.
Na operação internacional, a companhia disse que os voos para Miami e Orlando, nos Estados Unidos, serão operados apenas de forma sazonal a partir de 19 de fevereiro de 2016. A viabilidade das operações para Caracas, na Venezuela, está sendo estudada, e a frequência foi reduzida para uma vez por semana.
A companhia disse planejar novos destinos na América Latina, como Havana, em Cuba, e estudar novas operações diretas para Buenos Aires, na Argentina, partindo de novas cidades nordestinas.
(Com Reuters)
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