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Empresas deixam de ganhar R$ 230 milhões por ano com improdutividade

Vladimir Goitia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2019 04h00

Uma pesquisa feita no final do ano passado constatou que as 500 maiores companhias do país deixam de ganhar R$ 230 milhões por ano com improdutividade em suas operações. A pesquisa foi feita pela empresa de tecnologia Levee.

Dados mostram que o brasileiro leva uma hora para fazer o mesmo produto ou serviço que um empregado nos Estados Unidos faz em 15 minutos.

Jacob Rosenbloom, diretor executivo da empresa, avalia que essas perdas podem ser superadas com a adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial e machine learnig, a exemplo do que vem sendo feito na China e nos EUA, que estão em patamares superiores de produtividade devido à "algoritmização" ou automação de suas operações.

Fatores que corroem a produtividade

  • Alta rotatividade de colaboradores (em média, 40% ao ano nas grandes empresas)
  • Tempo e custo de reposição de funcionários (em média, entre dois e cinco salários mínimos com verbas de desligamento, processo de seleção, de contratação e treinamento de um novo colaborador)
  • Sobrecarga do quadro de colaboradores e quanto deixou de se produzir (enquanto um novo colaborador não é contratado)
  • Absenteísmo ou faltas diárias (em média, 5% dos funcionários faltam por dia em empresas de serviços, varejo e alimentação -no varejo chega de 7% a 10%)
  • Atrasos por causa da distância da casa ao trabalho (tendem a crescer em condições sazonais, como chuvas, problemas no transporte público e trânsito, entre outros)

A Levee ainda observou na sua pesquisa que os maiores problemas da improdutividade estão nos setores de varejo, alimentação, serviços terceirizados e saúde.

"Os gargalos produtivos, derivados da improdutividade, são um dos maiores entraves para aumento de competitividade das empresas no país", disse o executivo da Levee.

Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendando pela Microsoft, aponta que a adoção de inteligência artificial em setores como agronegócio, transporte e comunicação, óleo e gás e serviço público poderia levar a um crescimento de 6,43% do PIB (Produto Interno Bruto) num período de 15 anos.

Rosenbloom afirmou que os recursos de inteligência artificial aplicados à empregabilidade, por exemplo, ajudaram a injetar R$ 207 milhões na economia em 2018.

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