Petrobras reabre apuração de importunação sexual após polícia apontar crime
A Petrobras confirmou nesta quinta-feira (28) que reabriu uma investigação interna para apurar um suposto caso de importunação sexual contra uma funcionária. A decisão foi tomada após a conclusão de um inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que já foi enviado ao MP (Ministério Público) do estado.
O que aconteceu
Petrobras diz que investigação interna está sendo "reanalisada". Em nota ao UOL, a empresa também afirmou estar colaborando com a polícia, e que já buscou acesso aos documentos emitidos pelas autoridades para obter "possíveis novos elementos de apuração e caracterização dos fatos".
Estatal reforça tolerância zero a "qualquer tipo de violência". A Petrobras lembra que ainda em 2023 assumiu o compromisso de melhorar os processos de denúncia e apuração interna de casos como este. As medidas adotadas incluem um canal de atendimento aos funcionários e funcionárias e redução do prazo para concluir investigações.
Ministério Público do Rio confirma ter recebido inquérito da Polícia Civil. Também procurado pela reportagem, o MPRJ disse que o processo está sendo analisado pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica. Nem o MP, nem a Petrobras disseram de qual caso específico a investigação trata.
Investigação foi concluída em 31 de agosto, segundo a polícia. Ao UOL, a Polícia Civil disse que o caso foi investigado pela 5ª DP (Mem de Sá), e o autor foi indiciado pelo crime de importunação sexual.
Assédio na Petrobras
Petrobras diz ter recebido 21 denúncias de assédio sexual em 2023. Oito destes casos ainda estão sendo investigados. Onze denúncias foram arquivadas "por insuficiência de informações" e duas "não foram confirmadas", relata a empresa.
Em março, MP do Rio denunciou caso contra funcionária terceirizada. O assédio sexual teria acontecido em junho de 2022 contra uma auxiliar de limpeza, que foi constrangida por um funcionário da Petrobras pelo menos três vezes, segundo a denúncia do MP obtida pelo UOL. Na época, a Petrobras anunciou que o acusado havia sido demitido.
Outras trabalhadoras expuseram casos em um grupo de WhatsApp. Os relatos apontam que as ocorrências incluíam tanto mulheres embarcadas em viagens quanto as lotadas em bases da Petrobras. A informação foi divulgada em abril pela GloboNews.
Entre 2019 e 2022, estatal soma 81 denúncias de importunação e assédio. Ao todo, dez casos foram confirmados. Destes, cinco resultaram em demissão; o restante, em suspensões ou sanções administrativas, "de acordo com a gravidade dos fatos", completa a Petrobras.
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