Após MP denunciar assédio sexual, funcionárias da Petrobras expõem casos
O Ministério Público do Rio denunciou um funcionário da Petrobras por assédio sexual contra uma colaboradora terceirizada. Após a divulgação do caso, dezenas de denúncias foram feitas em um grupo de WhatsApp. A Petrobras disse que o funcionário não está mais na empresa e que o assédio será combatido.
O que aconteceu
A denúncia foi divulgada pelo MP em 22 de março deste ano. O assédio teria acontecido em junho de 2022 com uma auxiliar de limpeza terceirizada.
A denúncia, obtida pelo UOL, diz que o denunciado constrangeu a auxiliar de limpeza pelo menos três vezes. Em uma das ocasiões, a vítima realizava a limpeza de uma pia quando o denunciado a surpreendeu pelas costas esfregando o pênis em suas nádegas, de acordo com o documento.
Após essa notícia, as trabalhadoras compartilharam suas experiências e casos de terceiras em um grupo de WhatsApp. A informação foi divulgada pela GloboNews.
Os relatos apontam que as ocorrências foram tanto com mulheres embarcadas em viagens quanto em bases da Petrobras. O Tribunal de Justiça determinará se o funcionário será réu.
O UOL não localizou o funcionário acusado ou seus advogados. Por isso, esta reportagem não divulga o nome dele.
O que diz a Petrobras?
A Petrobras diz que abriu uma apuração interna quando recebeu as denúncias. A companhia afirma que não tolera "violência, agressão, atitudes de assédio moral ou sexual ou atitudes e comportamentos discriminatórios contra qualquer pessoa".
"A pessoa acusada não faz mais parte do quadro de empregados da empresa", disse o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello. O Cenpes é a unidade da Petrobras responsável pelas atividades de pesquisa e desenvolvimento e da empresa.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, prometeu novas medidas para combater o assédio. Ele afirmou que os relatos "só reforçam que ainda há muito a ser feito" e prometeu anunciar novas medidas para combater o assédio sexual.
Quero me solidarizar com cada mulher que, em qualquer tempo, foi vítima de machismo, assédio ou violência, sobretudo quando isso ocorreu nas instalações da empresa [...] Reforço que todas as situações que forem denunciadas pelo nosso Canal Denúncia terão garantias de não retaliação; proteção da privacidade das vítimas; investigação rigorosa e aplicação de sanções quando for o caso.
Jean Paul Prates, em carta aos funcionários
Veja alguns relatos das trabalhadoras:
A recepcionista da gerência em que eu trabalhava teve o seio apalpado por um petroleiro, dentro da empresa. O caso virou o escândalo da gerência e todo mundo soube do caso, mas a chefia não fez nada. A moça foi transferida de área.
Voltando de um evento da gerência à noite, dividi o Uber com o meu gerente imediato. Quando chegou na casa dele, ele começou a me agarrar. Depois de conseguir fazer com que ele parasse, ele veio insistir que queria ir para minha casa, obviamente não deixei.
A gente botava cadeira na porta à noite porque era proibido trancar. Uma amiga passou por uma situação bizarra. Chegou no camarote e tinha um cara mexendo nas calcinhas dela.
Embarquei uma única vez, no curso de formação. Me colocaram num quarto com um químico. No começo fiquei de boa porque a gente tinha horário trocado e nunca o via no quarto. Até um dia em que entrei e ele estava deitado assistindo a um filme pornô na TV do quarto. Saí na mesma hora para falar com o fiscal que não ficaria mais naquela situação.
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