Raízen: Por ter etanol, Brasil não precisa patrocinar carro elétrico
O Brasil não precisa patrocinar carros elétricos, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos, pois aqui nós temos o etanol. É o que diz Ricardo Mussa, presidente da Raízen, em entrevista ao UOL Líderes. Ele também falou sobre a produção de energia limpa e a expansão da rede de mercados Oxxo. "O meme vai continuar", disse.
O que ele disse
Ambição é chegar a mais de 5 mil lojas da Oxxo no longo prazo. Nos próximos 12 meses, a rede vai continuar abrindo uma loja por dia no país, segundo o executivo. Hoje a marca tem mais de 350 unidades no Brasil, todas no estado de São Paulo. A intenção é avançar para outros estados. "O projeto é nacional, no Brasil inteiro", disse. Mussa também afirmou que não há concorrência desleal com pequenos comércios de bairro, e que quem dita o mercado é o consumidor.
Consumidor ainda desconhece benefícios do etanol. Mussa diz que, quando o etanol custa 70% do preço da gasolina, o uso do combustível costuma ser mais vantajoso. Mas quase metade dos consumidores ainda não faz essa escolha, segundo ele por desconhecimento dos benefícios ambientais e de performance.
Brasil vai usar carro elétrico quando ele for mais barato. Os carros elétricos têm subsídio do governo na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, esse subsídio não é necessário, porque o país já tem o etanol, diz Mussa. Por isso, o carro elétrico vai se difundir aqui quando o consumidor quiser, e para isso ele precisa ficar mais barato, avalia o executivo. Ele também diz que acredita em alternativas como o carro híbrido a etanol.
Etanol feito do bagaço da cana e biogás são principais apostas da Raízen. O primeiro permite à empresa aumentar sua produção de etanol em 50% sem plantar nenhum pé de cana a mais. A empresa vai construir 20 usinas para esse tipo de combustível, com investimento de R$ 25 bilhões. Já o biogás é feito com a vinhaça, outro resíduo da produção do etanol.
Agronegócio brasileiro não é protegido se comparado ao de outros países. Mussa diz que o o setor tem aqui menos subsídios se comparado com outros países. O agricultor brasileiro não pode, por exemplo, usar 100% da sua terra, devido à reserva legal, enquanto concorrentes estrangeiros podem, diz.
A entrevista de Ricardo Mussa foi concedida no dia 4 de setembro. Você pode ver destaques no vídeo acima ou ouvir a conversa na versão podcast, em plataformas como Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts, entre outras.
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