Quem privatizou energia de São Paulo? Quando a Enel assumiu?

A distribuição de energia elétrica em São Paulo é privatizada desde 1998. O processo de desestatização do setor no estado começou durante a gestão do então governador Mário Covas.

Veja a linha do tempo:

A antiga Eletropaulo, empresa estatal criada em 1981 no governo de Paulo Maluf e responsável pela energia elétrica em São Paulo, foi desmembrada em outras quatro empresas em 1998.

Esse foi o primeiro passo para a privatização. Antes uma empresa só, ela foi destrinchada em companhias menores:

- Eletropaulo Metropolitana, responsável pela distribuição na cidade de São Paulo e na região metropolitana;
- Empresa Bandeirante de Energia, responsável por áreas da Grande São Paulo e de parte da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte;
- Empresa Paulista de Transmissão de Energia, incorporada posteriormente pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista;
- Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), responsável pelo sistema hidráulico estadual.

Após o desmembramento, as empresas passaram a valer R$ 8,2 bilhões, como reportou a Folha de S. Paulo à época, e foram a leilão na então Bovespa.

O lance inicial pela Eletropaulo Metropolitana, a maior e mais rentável das empresas, foi de R$ 2,026 bilhões.

O leilão foi arrematado no dia 15 de abril de 1998 pelo consórcio Lightgás, sendo dividido da seguinte forma: AES Corporation (11,46%), Houston Industries Energy (11,46%), Électricité de France (EDF) (11,46%) e Companhia Siderúrgica Nacional (7,32%).

Em 2001, após a venda das ações da Houston Industries e da CSN para a AES Corporation, a Eletropaulo passou a ser chamada de AES Eletropaulo e permaneceu assim até 2018, quando foi feito um novo leilão para o controle da empresa.

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A venda ocorreu no dia 4 de junho daquele ano, na B3. O governo estadual, à época sob gestão de Márcio França, não teve participação nas negociações.

O lance vencedor foi o da Enel, empresa de origem italiana que aceitou pagar R$ 45,22 por ação da Eletropaulo, em um total de 122,79 milhões de papéis da companhia, que possuía cerca de 167,3 milhões de ações em circulação.

Após a homologação da compra, em dezembro de 2018, a AES Eletropaulo foi renomeada para Enel São Paulo, nome que carrega atualmente.

A empresa assumiu o controle de mais de 70% da distribuidora de energia paulista e atualmente atende 7,5 milhões de unidades consumidoras em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo.

A Enel também possui operações de distribuição de energia no Rio de Janeiro e no Ceará.

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