Tropa de choque entra em confronto com manifestantes anti-G8 em Londres
Por Michael Holden e Maria Golovnina
LONDRES, 11 Jun (Reuters) - Tropas de choque entraram em confronto com manifestantes contrários ao capitalismo nas ruas do centro de Londres nesta terça-feira e prenderam 32 pessoas, enquanto ativistas alvejavam algumas das maiores empresas do mundo antes da cúpula do G8 na próxima semana.
Cerca de 100 manifestantes se reuniram em frente ao quartel-general da empresa de petróleo BP Plc, enquanto outros gritavam "criminosos de guerra" diante do escritório da empresa norte-americana de defesa Lockheed Martin Corp..
A polícia usou motosserras para entrar em um prédio de quatro andares no bairro do Soho, onde estava o grupo de protesto StopG8 antes de um "Carnaval Contra o Capitalismo", que coincidirá com a reunião do G8 na Irlanda do Norte.
Imagens aéreas mostraram um homem na cobertura do prédio enfrentar três policiais e seguir até a beira antes de ser derrubado no chão.
Vários outros policiais, alguns usando cordas de rapel, correram para imobilizá-lo a centímetros da beirada sem proteção do telhado. Mais policiais levaram o homem, que parecia ter o rosto ensanguentado.
O drama na cobertura aconteceu enquanto outros manifestantes -que vinham ameaçando atacar hedge funds, bancos e multinacionais- brincavam de rato e gato com a tropa de choque ao longo das ruas mais badaladas de Londres.
"O G8 é apenas uma fachada para a corporatocracia, para os cleptocratas. Trata-se de conseguir mais dinheiro para eles e dividir o mundo para que eles consigam enriquecer", disse um manifestante em Piccadilly Circus que se identificou como Silver Fox.
"O G8 deveria ser sobre por fim a todas as guerras -por que eles não dão uma chance à paz para variar?'
Vans da polícia perseguiam grupos de manifestantes que desciam aos gritos a Oxford Street, uma das principais áreas de comércio de Londres, para o choque visível de turistas e lojistas.
A polícia disse ter prendido 32 pessoas por delitos que incluem danos criminais, agressão a policiais e posse de armas de ataque.
Ativistas, alguns com os rostos cobertos, agitavam bandeiras negra, verde e vermelha enquanto marchavam pela Oxford Street. Eles levavam faixas que diziam "Sem fronteiras, sem prisões, sem capitalismo" e "Uma Luta em Comum".
Conflitos isolados eclodiram quando a polícia começou a prender indivíduos enquanto um grupo de ativistas batia em tambores e soprava apitos ao lado do trânsito confuso.
"Estamos retomando as ruas. Queremos fazer uma declaração de que o capitalismo está ferrando a maioria das pessoas", disse a manifestante Emma Goldman.
"Se estivéssemos na Praça Taksim (da Turquia), as pessoas diriam que éramos manifestantes antigoverno. Aqui, eles provavelmente dizem que somos uma aglomeração".
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