ALL amplia prejuízo no 4º tri, impactada por acidentes em porto e ferrovia
SÃO PAULO, 26 Fev (Reuters) - A ALL ampliou seu prejuízo no quarto trimestre de 2013 em mais de 50 por cento sobre um ano antes, pressionada por perdas no segmento de operações ferroviárias, seu principal foco de atuação, em meio a problemas em portos e acidentes em ferrovias.
O prejuízo da empresa, que na segunda-feira informou ter recebido proposta de incorporação pela Rumo, braço de logística da Cosan, totalizou 31,4 milhões de reais entre outubro e dezembro do ano passado, um aumento de 53,5 por cento sobre igual período de 2012.
O número veio pior que o esperado pelo mercado. Três estimativas de analistas obtidas pela Reuters variaram de lucro líquido de 9,6 milhões de reais a prejuízo de 20,2 milhões.
Apenas na ALL Operações Ferroviárias, houve prejuízo de 39,4 milhões de reais, que foi aliviado levemente pelos lucros de 8 milhões da Brado Logística, subsidiária de logística intermodal de contêineres da companhia, e de 100 mil reais da subsidiária de logística rodoviária Ritmo.
A ALL viu seus volumes de transporte ferroviários serem impactados no ano passado após acidentes de junho em dois terminais importantes, o Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) e Terminal XXXIX (margem direita).
A situação foi agravada no quarto trimestre, com novos acidentes.
"Embora parte dos problemas (dos acidentes de junho) tenha sido endereçada no quarto trimestre, a capacidade do porto caiu ainda mais no segmento de açúcar, uma vez que um incêndio destruiu completamente um dos principais terminais de açúcar no porto de Santos em outubro, impactando os meses remanescentes do trimestre", informou a ALL, em referência ao incêndio no terminal da Copersucar.
A empresa apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 349,6 milhões de reais, crescimento de 2 por cento sobre o mesmo período de 2012.
O volume transportado recuou 3,8 por cento em TKUs, declínio que, segundo a empresa, foi compensado pelo aumento dos yields (indicador que mede as tarifas cobradas pela empresa para o transporte de carga) em 10,1 por cento.
Para 2014, a ALL mantém uma perspectiva de mercado positiva, com aumento na safra agrícola e as programadas soluções dos problemas nos terminais de descarga de grãos e expansão dos terminais de açúcar, também citando o projeto Rondonópolis, que entrou em operação em meados de 2013.
No início desta semana, a empresa informou que a Rumo propôs incorporar a ALL para criar uma gigante do setor de transportes no Brasil avaliada em 11 bilhões de reais, encerrando uma disputa judicial que seria prejudicial para as duas empresas de logística.
(Por Roberta Vilas Boas; Edição de Marcela Ayres)