Itália diz que cortará projeção de crescimento
Por Isla Binnie e Gavin Jones
ROMA (Reuters) - A Itália admitiu nesta quarta-feira que suas esperanças de recuperação sustentada da recessão foram otimistas demais e pediu uma solução europeia conjunta para o crescimento baixo, enquanto novos indicadores econômicos somam-se aos problemas econômicos do primeiro-ministro, Matteo Renzi.
O ministro da Economia, Pier Carlo Padoan, afirmou que a Itália precisa cortar sua projeção oficial de crescimento e pediu uma "visão europeia" para reformas. A economia italiana entrou novamente em recessão no segundo trimestre.
Ao mesmo tempo, a confiança do consumidor caiu em agosto pelo terceiro mês seguido, ao menor nível desde março. Os italianos acreditam que o desemprego, já perto de níveis recordes, continuará a subir.
"Temos que cortar nossa projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)", disse Padoan em entrevista ao jornal Corriere della Sera. "A situação atual é pior do que a esperada e ninguém está feliz com isso, mas chama a atenção para o fato de que precisamos de ação conjunta".
Consolidação fiscal tem que ser "amigável ao crescimento", completou.
A Itália tem sido uma das economias mais lentas nas últimas duas décadas. A produção contraiu nos dois últimos anos e está mais baixa agora, em termos ajustados reais, do que em 2000, pouco depois de o país adotar o euro.
Renzi, que assumiu em fevereiro, já pediu várias vezes permissão para que a Itália reduza sua enorme dívida pública mais lentamente do que permitem as regras da UE.
A Itália detém atualmente a presidência rotativa de seis meses da UE e está tentando promover uma agenda mais voltada ao crescimento para a região. O país quer abandonar as políticas de austeridade adotadas na crise financeira de 2008.
A economia italiana encolheu 0,2 por cento no segundo trimestre, enquanto a zona do euro como um todo estagnou, alimentando temores de que a recuperação perdeu ainda mais força.
Padoan não disse qual seria a nova projeção para a Itália. A maioria dos analistas estima que o país tenha pouco ou nenhum crescimento neste ano, comparado com a expansão de 0,8 por cento que o governo projetou em abril. A nova estimativa será divulgada em 1º de outubro.
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