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Carga de energia no Sistema Interligado Nacional pode cair 3% em 2015, diz ONS

19/03/2015 11h14

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A carga de energia movimentada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) pode sofrer uma queda de 3 por cento este ano, afirmou o diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, que anunciou nesta quinta feira que a projeção anterior de alta de 3,2 por cento está sendo revisada para baixo.

A perspectiva é que a nova projeção seja divulgada a partir maio após estudos conjuntos do ONS e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Chipp explicou que o ritmo de demanda já aponta para a necessidade de uma revisão da projeção de carga para algo entre crescimento de 0,8 a 1 por cento.

Mas, com o preço mais caro da energia diante da expectativa de bandeiras tarifárias vermelhas, a tendência será de redução do consumo de eletricidade no país. Além disso, lembrou Chipp, o governo federal está promovendo campanha de uso racional de energia.

O diretor do ONS frisou que a perspectiva de PIB mais baixo este ano também vai influenciar a revisão na previsão de carga para 2015. "Pode se chegar à redução de 3 por cento este ano", declarou Chipp.

O presidente da EPE confirmou o estudo de revisão de carga, mas ponderou sobre o resultado final. "Temos um trabalho preliminar que deu 0,8 por cento em vez de 3,2", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

"A elasticidade da campanha (de redução de consumo) é mais difícil de medir e estamos tentando medir", adicionou ele.

Segundo o diretor geral do ONS, se a queda de 3 por cento se confirmar, a necessidade de afluência para a região Sudeste até o fim do período úmido poderá baixar da previsão de 85 por cento da média para 74 por cento. Dessa forma, ao final de abril os reservatórios do Sudeste estariam com acumulações de 31 por cento.

Ainda de acordo com o ONS, se durante o período seco (de maio a novembro), as chuvas no Sudeste alcançarem 70 por cento da média histórica, no início do próximo período chuvoso, os reservatórios estarão em um nível de 10 por cento.

As taxas de crescimento do PIB e outras variáveis também estão sendo revisadas pelos dois órgãos para atualizar as projeções de carga e demanda de energia para os próximos 5 anos.

(Por Rodrigo Viga Gaier)