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Ritmo de contração do setor de serviços do Brasil diminui em agosto, mostra PMI

03/09/2015 10h00

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro apresentou contração pelo sexto mês seguido em agosto diante de mais reduções no volume de novos pedidos e de empregos em meio à economia em recessão, porém o ritmo de contração desacelerou, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira.

De acordo com o Markit, o PMI de serviços subiu a 44,8 no mês passado após o recorde de baixa de 39,1 em julho. Embora o ritmo de retração tenha sido o mais fraco em cinco meses, o índice permanece abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração desde março.

"Embora a queda no setor de serviços tenha mostrado sinais de desaceleração, a atividade, novas encomendas e emprego caíram a taxas fortes", destacou a economista do Markit Pollyanna de Lima.

A fraqueza foi mais uma vez generalizada entre as empresas de serviços em agosto, com todas as seis categorias registrando contração na atividade, sendo a mais acentuada em Hotéis e Restaurantes.

Segundo o Markit, o volume de novos negócios caiu pelo sexto mês seguido em agosto, com os entrevistados citando a fragilidade econômica como principal fator.

Com isso e diante de tentativas de controles de custos operacionais, o nível de empregos caiu com força no mês passado, registrando a sexta queda em seis meses, porém com menos força do que o recorde da série em julho.

Já a valorização do dólar sobre o real e a instabilidade da economia brasileira foram citados como principais razões para o aumento dos preços de insumos em agosto, a uma taxa acentuada porém mais fraca em relação ao recorde de mais de seis anos e meio de julho.

Os empresários do setor de serviços brasileiro continuaram em agosto com percepções positivas durante o próximo ano, esperando melhora nas condições de mercado, intervenção do governo e aquisição de novos contratos, porém de forma mais fraca.

A contração mais tênue do setor de serviços ajudou o PMI Composto do Brasil a subir à máxima de cinco meses de 44,8 em agosto, conta 40,8 em julho, compensando o pior nível de retração do setor industrial em quatro anos.

"Os dados da pesquisa indicam que a economia do Brasil permaneceu em território de contração, sendo liderada por deteriorações tanto no setor industrial quanto de serviços", disse Pollyanna.

"Os obstáculos que o país vem enfrentando incluem elevados custos de empréstimos, duras condições econômicas, fortes taxas de inflação e câmbio depreciado", resumiu.

O Brasil entrou em recessão no segundo trimestre deste ano, ao contrair 1,9 por cento sobre os três primeiros meses de 2015, indicando um cenário de baixa atividade no futuro.

(Edição de Patrícia Duarte)