Greve de fiscais entra no 6º dia e retém 7 mil contêineres em Santos
SÃO PAULO (Reuters) - A greve dos fiscais federais agropecuários do Brasil entrou no sexto dia nesta terça-feira (22), elevando os prejuízos de exportadores e importadores de produtos agropecuários e bens manufaturados, com a paralisação dos trabalhadores retendo 7.000 contêineres no porto de Santos, o principal do país.
A informação consta de nota divulgada pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) nesta terça-feira.
"Em dias normais, os fiscais federais agropecuários atendem, em média, cerca de 2.000 contêineres. Com a greve, a demanda acumulou", afirmou o sindicado, referindo-se ao porto de Santos.
Associações de exportadores de cereais e de carnes afirmaram à Reuters, na última sexta-feira, que a greve estava afetando exportações.
Além de granéis, como soja, farelo de soja e milho, a paralisação afeta a movimentação de defensivos agrícolas, fertilizantes, produtos veterinários, bebidas e outros alimentos frescos e congelados, em geral.
De acordo com o sindicato, os contêineres também são retidos, ainda que não tenham cargas de origem agropecuária, porque é necessária a inspeção de paletes e embalagens de madeira de produtos da indústria automotiva, petroquímica, química, de vestuário, eletrodomésticos, entre outros.
Segundo o sindicato, a greve teve a adesão de 70% da categoria.
Além dos portos, a paralisação atinge aeroportos, postos de fronteira e as atividades em frigoríficos de carnes, que não estão recebendo a emissão da certificação internacional para exportações.
Os fiscais disseram que apenas mantêm serviços essenciais para a saúde pública e a sanidade animal e vegetal.
A categoria informou que decidiu pela paralisação após tentativas de negociação com o governo federal pela reposição das perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos.
O sindicato afirmou que o governo ainda não fez proposta aos trabalhadores. Na quarta-feira, representantes da Anffa Sindical estarão reunidos com servidores do porto de Santos para avaliar a greve e definir estratégias do movimento.
(Por Roberto Samora)
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