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Dados fortes de emprego nos EUA aumentam chance de alta dos juros em dezembro

Por Lucia Mutikani
Imagem: Por Lucia Mutikani

06/11/2015 12h02

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas nos Estados Unidos saltou em outubro depois de dois meses seguidos de fracos ganhos, com a taxa de desemprego atingindo a mínima de sete anos e meio, numa demonstração da força doméstica que torna provável o aumento da taxa de juros em dezembro pelo banco central do país.

A criação de vagas fora do setor agrícola somou 271 mil no mês passado, o maior ganho desde dezembro de 2014, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.

Além disso, a renda média por hora trabalhada cresceu 0,09 dólar no mês passado. Os ganhos sólidos somam-se às vendas robustas de automóveis e pintam um quadro otimista da economia no começo do quarto trimestre.

A taxa de desemprego caiu para 5,0 por cento, menor nível desde abril de 2008, sobre 5,1 por cento no mês anterior. A taxa de desemprego está agora no nível que muitas autoridades do Federal Reserve, banco central norte-americano, veem como consistente com pleno emprego.

Os dados de agosto e setembro foram revisados para mostrarem a criação de 12 mil vagas a mais do que anteriormente divulgado.

"Foi um número espantoso. É bem claro que o Fed pode justificar uma elevação dos juros em dezembro se a economia não atingir outra bolha de ar", disse o estrategista-chefe de portfólio do Wells Fargo Funds Management, Brian Jacobsen.

Os preços dos treasuries norte-americano caíam acentuadamente e o dólar subia para a máxima de 6 anos e meio contra uma cesta de divisas. Os futuros estavam apontando chance de 72 por cento de o Fed aumentar os juros no próximo mês, acima dos 58 por cento de chance estimados antes da divulgação do relatório de emprego.

Com discursos de várias autoridades do Fed, incluindo da chair, Janet Yellen, sugerindo a possibilidade de alta dos juros em dezembro, economistas dizem que a criação de vagas acima de 150 mil em outubro e novembro será suficiente para o banco central elevar a taxa referencial, atualmente próximo de zero.

A ata da reunião do Fed de 27 e 28 de outubro e as declarações subsequentes de Yellen colocaram firmemente a alta dos juros na mesa da próxima reunião, em 15 e 16 de dezembro.

Economistas consultados pela Reuters esperavam criação de 180 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, com a taxa de desemprego permanecendo em 5,1 por cento.

O relatório de emprego junta-se aos dados fortes do setor de serviço e de venda de automóveis de outubro no apoio às visões de que o crescimento econômico vai recuperar fôlego no quarto trimestre, após frear bruscamente para o ritmo anual de 1,5 por cento no período entre julho e setembro.

A alta da renda dos trabalhadores no último mês, que esteve praticamente estagnada apesar do estreitamento do mercado de trabalho, foi de 2,5 por cento em comparação com o ano anterior. Esse foi o maior aumento desde julho de 2009 e dá às autoridades do Fed a confiança de que a inflação vai se mover rumo à meta de 2 por cento gradualmente.

(Reportagem adicional por Tariro Mzezewa, em Nova York)