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Lucro da Telefónica cai 21,1% no 3º trimestre

08/11/2013 08h00

A Telefónica viu seu lucro líquido atribuível aos controladores cair 21,1% no terceiro trimestre, em comparação anual, totalizando 1,09 bilhão de euros. O grupo espanhol de telefonia divulgou nesta sexta-feira seu balanço, no qual mostra que o câmbio e o resultado de suas associadas pesou bastante sobre a última linha.

A receita líquida da companhia recuou 9,5% de julho a setembro, para 14,06 bilhões de euros. Apesar da baixa, foi registrado aumento de 2,1% no total de acessos ao redor do mundo durante o período, para 320,3 milhões. Contudo, o volume destinado a internet e dados, que possuem maiores margens, teve queda de 1,3%.

A empresa apresentou alta de 2,6% no nível de acessos em telefonia móvel e conseguiu reduzir a proporção desses consumidores que utilizam celulares pré-pagos: de 67,5% para 65,5% no comparativo do terceiro trimestre com igual intervalo de 2012. Serviços móveis com contrato garantem, em geral, maior rentabilidade, pois têm geração fixa de receitas e vêm em pacotes maiores.

Portanto, operacionalmente, a Telefónica observou melhora. Isso é evidenciado também pelo crescimento dos ganhos com vendas excluindo o efeito cambial, além de aquisições ou vendas de empresas. O faturamento "orgânico", como é chamado, subiu 2,1% no terceiro trimestre.

"O crescimento orgânico de nossa receita se acelerou novamente e atingiu a maior taxa dos últimos 12 trimestres", explicou César Alierta, presidente da companhia, em nota. "Essa melhora foi impulsionada pelo aumento dos clientes de alta rentabilidade, tornando-a mais sustentável."

A espanhola ainda divulgou queda de 8,5% na soma de custos de serviços prestados e despesas operacionais, para 9,51 bilhões de euros, no período. A empresa também sofreu com perdas de 49 milhões de euros na reavaliação de ativos para venda, contra ganho de 4 milhões de euros um ano antes.

Assim, o lucro operacional da companhia fechou os três meses em 2,37 bilhões de euros, recuo de 12,5%. A margem sobre essa linha do balanço caiu 0,6 ponto percentual na mesma comparação, para 16,8%. O lucro líquido também foi afetado pelo prejuízo de 145 milhões de euros de associadas, registrado por equivalência patrimonial.

Mesmo com a queda, a Telefónica informou que atingiu sua meta de redução do endividamento no ano. A projeção era que o grupo terminasse dezembro com menos de 47 bilhões de euros, mas a dívida líquida acabou sendo cortada em 7,4% entre o segundo e o terceiro trimestre, fechando setembro em 46,1 bilhões de euros.

A América Latina (AL) intensificou sua importância dentro dos resultados da Telefónica no terceiro trimestre. De julho a setembro, a receita líquida na região respondeu por 50,5% do total, enquanto a participação da Europa ficou em 47,7%. Já o lucro operacional latino-americano correspondeu a 50,4% do total do grupo espanhol, contra 47% do trimestre anterior.

Apesar disso, a Europa continuou importante para a criação de lucro da companhia. Seu resultado antes de juros e impostos fechou em 1,31 bilhão de euros no período e, apesar de ter caído 12%, representou 55,3% do geral. A proporção é maior do que a da América Latina porque a empresa enfrenta prejuízo em outras áreas.

Na AL, o grande problema foi o câmbio. Se fosse excluído o efeito da desvalorização das moedas, o faturamento teria avançado 10,9% ? e não recuado 6,8%, para 7,1 bilhões de euros ? e o lucro operacional, subido 12,8%. O grupo também enfrentou piora na eficiência na região, já que suas despesas de pessoal cresceram 7,6%, para 2,05 bilhões de euros.

Dentre os indicadores operacionais, quase todos melhoraram para a espanhola. Os acessos totais chegaram a 218,4 milhões, alta de 3,6%, enquanto o número de clientes de telefonia fixa teve aumento de 2,1%, para 24,4 milhões. Em internet e dados, a alta foi de 6% e na telefonia móvel, de 3,7%.

"Esse progresso foi ofuscado, porém, pelo impacto negativo da volatilidade do câmbio", lembrou César Alierta, presidente da companhia. O Brasil, por exemplo, observou a maior queda de receita em euros, mas teria apresentado alta de 1,5% desconsiderando esse efeito. O maior crescimento nesse quesito, porém, seria registrado na Venezuela ? incremento de 55,1%.

A Europa, por outro lado, voltou a decepcionar. Praticamente todos os dados operacionais tiveram queda, com a mais intensa sendo mostrada no segmento de internet e dados ? baixa de 5,7%, para 9,4 milhões de acessos. Em telefonia fixa, houve recuo de 5,8%, enquanto na móvel verificou-se estabilidade.