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Só 7% da indústria brasileira se vê mais competitiva que estrangeiros

04/12/2013 13h31

Apenas 7% das empresas da indústria brasileira são mais produtivas do que suas concorrentes estrangeiras. A avaliação é das próprias empresas e está na Sondagem Especial Produtividade, divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento pedia para os industriais compararem a sua produtividade com a dos concorrentes estrangeiros. Além dos 7% que se consideram mais produtivos, 12% informaram ter uma produtividade similar e 28% afirmaram ser menos ou muito menos produtivos. Os outros 53% dos questionados não responderam à pergunta. Na avaliação do gerente-executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, o grande percentual de perguntas sem resposta ocorreu porque grande parte dos empresários não identificam concorrentes estrangeiros, não exportam sua produção ou não medem a própria produtividade.

Para Fonseca, no entanto, "a própria indústria brasileira reconhece essa dificuldade de competitividade que tem com concorrentes do exterior, tanto com importados quanto em terceiros mercados".

Competição doméstica

Já quando a comparação é feita com o concorrente nacional, 21% dos industriais brasileiros disseram ser mais produtivos, 46% informaram ter produtividade similar e 13% informaram ser menos produtivos. Nessa pergunta, 21% dos participantes da pesquisa não responderam.

A pesquisa também mostra que, para 64% dos industriais, a produtividade da sua empresa cresceu nos últimos cinco anos.

Outros 14% informaram que ela ficou inalterada no período, contra 16% que observaram uma diminuição na produtividade desde 2009. Os 7% restantes não responderam à pergunta.

Os empresários também apontaram os fatores que mais influenciam a produtividade. Do ponto de vista negativo, os principais fatores são a qualidade da mão de obra e a infraestrutura de transportes. Ambos os itens tiveram os resultados mais baixos em uma escala de zero a cem, onde resultados abaixo de 50 indicam impacto negativo na produtividade.

A qualidade da mão de obra obteve 34 pontos, enquanto a infraestrutura de transporte teve 36 pontos. A qualidade dos serviços de telecomunicação, com 44 pontos, e a qualidade do fornecimento de energia, com 45 pontos, também ficaram abaixo da linha divisória.

"Esses problemas vêm sendo atacados pelo governo", avaliou Fonseca. Como exemplos de ações nessa linha, o gerente citou as concessões à iniciativa privada de obras de infraestrutura e o Programa Nacional de de Acesso ao Ensino Técnico e emprego (Pronatec). "Mas é preciso fazer mais", emendou o economista da CNI.

Por outro lado, métodos de gestão obtiveram 71 pontos e, assim, representam a prática mais benéfica para a produtividade, do ponto de vista dos empresários. Já a atualização tecnológica dos equipamentos indicou 70 pontos na pesquisa, seguida por serviços utilizados pela empresa, com 63 pontos.

Por fim, a pesquisa também revelou que 67% das empresas consultadas monitoram costumeiramente a sua produtividade, contra 21% que revelaram não fazê-lo e 12% que não responderam ao questionamento.

A pesquisa foi realizada entre 1° e 11 de outubro deste ano, com 2.002 empresas, das quais 792 são pequenas, 716 médias e 494 grandes.