Etanol americano começa a chegar ao Nordeste
Com bandeira asiática, o navio Sichem Paris deve atracar na próxima quinta-feira no Porto do Itaqui, no Maranhão, trazendo 12 milhões de litros de etanol de milho produzido nos Estados Unidos. Com a demanda de distribuidores de combustível do Nordeste em alta, pelo menos um navio com etanol americano deve chegar à região a cada 45 dias em 2014, segundo estimativas da Alphamar, agência responsável pela contratação.
A importação de etanol em plena safra da cana no Nordeste irritou os representantes locais da indústria sucroalcooleira. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçucar), Renato Cunha, classificou a importação como uma operação "esdrúxula", que arrasa uma rentabilidade já bastante comprometida e que aumenta o risco de desemprego no setor.
As críticas ganharam força com a decisão do governo federal, anunciada no final do ano passado, de desonerar de PIS e Cofins as importações de todos os tipos de álcool até o final de 2016. "É mais uma distorção inexplicável, que fortalece as operações de importação em detrimento da produção nacional. Não faz sentido um país que diminuiu o superávit comercial em 86% entre 2012 e 2013 incentivar um déficit ainda maior com essa desoneração", disse Cunha.
Ao lado de outros representantes do setor, o dirigente se reuniu em novembro passado com a direção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para expor suas preocupações. Conseguiu apenas um compromisso da agência de fiscalizar a qualidade do etanol que vai desembarcar em Itaqui.
O gerente da Alphamar, Arthur Neto, disse que o bom resultado da safra de milho nos Estados Unidos, aliada à demanda elevada no mercado interno, deve garantir que novas cargas de etanol cheguem ao Brasil durante todo o ano. "Planejamos um navio desse porte a cada 45 ou 60 dias", afirmou o executivo. Segundo ele, o combustível vai abastecer os postos do Maranhão e de alguns Estados do Nordeste.
Seca atinge produção
O etanol americano chega ao país em plena safra da região Nordeste, que vai de setembro a fevereiro. Apesar do volume discreto de produção regional (pouco menos de 2 bilhões de litros por safra), o etanol nordestino costuma abastecer não somente o mercado local, mas também outras regiões do país. "Defendemos que essa importação seja proibida nesse período", argumenta Cunha.
Pioneiro de outrora, o Nordeste representa hoje menos de 10% do setor sucroalcooleiro nacional. Está prevista para a safra 2013/2014 a moagem de 54 milhões de toneladas de cana, queda de 10% em relação à safra anterior, recuo motivado basicamente pela seca que afligiu a região nos últimos dois anos. A produção nacional está estimada em 640 milhões de toneladas na atual safra.
No ano passado, os produtores do Nordeste conseguiram uma subvenção do governo federal no valor de R$ 12 por tonelada (limitado a 10 mil toneladas por produtor) por conta dos prejuízos causados pela seca. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou hoje que a subvenção vai continuar em 2014, quando devem ser desembolsados R$ 109 milhões.
A importação de etanol em plena safra da cana no Nordeste irritou os representantes locais da indústria sucroalcooleira. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçucar), Renato Cunha, classificou a importação como uma operação "esdrúxula", que arrasa uma rentabilidade já bastante comprometida e que aumenta o risco de desemprego no setor.
As críticas ganharam força com a decisão do governo federal, anunciada no final do ano passado, de desonerar de PIS e Cofins as importações de todos os tipos de álcool até o final de 2016. "É mais uma distorção inexplicável, que fortalece as operações de importação em detrimento da produção nacional. Não faz sentido um país que diminuiu o superávit comercial em 86% entre 2012 e 2013 incentivar um déficit ainda maior com essa desoneração", disse Cunha.
Ao lado de outros representantes do setor, o dirigente se reuniu em novembro passado com a direção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para expor suas preocupações. Conseguiu apenas um compromisso da agência de fiscalizar a qualidade do etanol que vai desembarcar em Itaqui.
O gerente da Alphamar, Arthur Neto, disse que o bom resultado da safra de milho nos Estados Unidos, aliada à demanda elevada no mercado interno, deve garantir que novas cargas de etanol cheguem ao Brasil durante todo o ano. "Planejamos um navio desse porte a cada 45 ou 60 dias", afirmou o executivo. Segundo ele, o combustível vai abastecer os postos do Maranhão e de alguns Estados do Nordeste.
Seca atinge produção
O etanol americano chega ao país em plena safra da região Nordeste, que vai de setembro a fevereiro. Apesar do volume discreto de produção regional (pouco menos de 2 bilhões de litros por safra), o etanol nordestino costuma abastecer não somente o mercado local, mas também outras regiões do país. "Defendemos que essa importação seja proibida nesse período", argumenta Cunha.
Pioneiro de outrora, o Nordeste representa hoje menos de 10% do setor sucroalcooleiro nacional. Está prevista para a safra 2013/2014 a moagem de 54 milhões de toneladas de cana, queda de 10% em relação à safra anterior, recuo motivado basicamente pela seca que afligiu a região nos últimos dois anos. A produção nacional está estimada em 640 milhões de toneladas na atual safra.
No ano passado, os produtores do Nordeste conseguiram uma subvenção do governo federal no valor de R$ 12 por tonelada (limitado a 10 mil toneladas por produtor) por conta dos prejuízos causados pela seca. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou hoje que a subvenção vai continuar em 2014, quando devem ser desembolsados R$ 109 milhões.
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