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Bradesco e BB lançam Stelo como facilitadora de pagamento eletrônico

16/04/2014 14h30

(Atualizada às 12h45) O Bradesco e o Banco do Brasil anunciaram nesta quarta-feira o lançamento da Stelo, empresa de meios eletrônicos de pagamentos criada para administrar, operar e explorar os segmentos de facilitadoras de pagamentos voltadas ao comércio eletrônico, bem como negócios de carteira digital.

A credenciadora de cartões Cielo também informou ter celebrado um memorando de entendimento para participar do capital da nova companhia. Ela terá até 30% da Stelo, segundo Marcelo Noronha, diretor-executivo do Bradesco.

A estimativa do Bradesco é de que a nova companhia capture R$ 10 bilhões em transações de e-commerce até 2018, "Essa é a primeira empresa do gênero criada por bancos na América Latina", diz Noronha. Ele lembra que as facilitadoras em funcionamento no país atualmente são independentes ou criadas por empresas de internet.

Para 2016, a estimativa é de que a Stelo transacione R$ 2,5 bilhões e tenha 4 milhões de usuários. Essas metas indicam que o banco espera que a nova empresa ganhe escala rapidamente em um mercado que cresce de forma acelerada. Segundo Noronha, o comércio eletrônico, incluindo as companhias aéreas, faturou R$ 52 bilhões no ano passado.

A Stelo vai oferecer, a partir do segundo semestre de 2014, os seus produtos para todos os estabelecimentos e consumidores, aceitando diversos meios de pagamentos, inclusive cartões de crédito, débito e pré-pagos emitidos no Brasil. De acordo com comunicado ao mercado, a empresa entrará em fase de testes operacionais com cerca de 200 mil usuários potenciais.

Para lojistas, vai atuar como facilitadora de meios de pagamentos no comércio eletrônico, a exemplo do PagSeguro (do grupo Uol), da PayPal e do Moip. Chamadas no jargão do mercado de "subcredenciadoras", essas empresas são alternativa para o varejo às credenciadoras tradicionais (Cielo e Rede, por exemplo) na hora de aceitar compras com cartão.

Para o consumidor final, vai oferecer dois produtos: uma carteira virtual e um moedeiro, espécie de conta pré-paga virtual. A carteira, explica Noronha, dá ao consumidor a conveniência de ter vários cartões cadastrados para as compras na internet, sem que ele tenha que dar os seus dados a cada transação. Segundo o executivo do Bradesco, na fase de testes operacionais a empresa só vai aceitar cartões emitidos pelo BB e pelo próprio Bradesco - mas, quando ela for lançada, no segundo semestre, vai aceitar cartões de todas as bandeiras e emitidos por diversos bancos. A Caixa Econômica Federal já oferece um produto similar, chamado de MasterPass, em parceria com a bandeira MasterCard.

O investimento no negócio não foi revelado. A Cielo espera consolidar sua posição no comércio eletrônico, adicionando a facilitadora Stelo ao seu portfolio para os comerciantes, o qual inclui também a plataforma própria da Cielo e o "gateway" Braspag. Além disso, a empresa passará a participar, via Stelo, do negócio de carteiras digitais, cuja penetração deve aumentar com a maior adoção de smartphones e a expansão do desenvolvimento de aplicativos.

Hoje, o capital da empresa que está sendo lançada é 50,1% do Bradesco e 49,9% do BB, de forma que seu controle seja privado. A participação da credenciadora ainda não foi definida porque precisa de autorização do Cade para entrar no negócio, uma vez que os dois bancos são controladores da Cielo, explica o executivo.

Segundo Noronha, com a entrada da Cielo a empresa terá um aumento de capital. Ele não revelou qual é o capital social inicial da nova companhia - informando apenas que ainda é pequeno.

A Stelo está embaixo da estrutura da Elo Participações, holding em que BB e Bradesco concentram suas participações em empresas de meios de pagamentos, como a Cielo, a bandeira de cartões nacional Elo e a empresa de vouchers de alimentação Alelo (antiga Visa Vale).