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Véspera de feriadão e crise na Ucrânia deixam mercados voláteis

17/04/2014 13h55

A véspera do feriado de Páscoa deixa os mercados nacionais com sessões voláteis e de baixo volume financeiro. Os investidores ficam de olho nos desdobramentos da crise na Ucrânia e em mais uma rodada de dados econômicos no país e nos Estados Unidos, além da safra de balanços americanos.

Bolsa

A volatilidade domina a Bovespa nesta quinta-feira. O mercado opera sob influência do vencimento de opções sobre ações, que acontecerá só na próxima terça-feira. Devido ao feriado prolongado, hoje é o último dia para os investidores que querem abrir posições. Na terça será permitido apenas o exercício de opções.

Às 13h45, o Ibovespa subia 0,35%, aos 51.378 pontos, depois de fazer mínima nos 50.886 (-0,61%). Entre as principais ações do índice, Vale PNA opera em alta de 0,57%, a R$ 28,31; Petrobras PN avança 0,13%, a R$ 15,80; e Itaú PN sobe 0,55%, a R$ 34,86.

"O mercado está meio devagar, em clima de feriadão e travado pelo vencimento de opções. Na falta de notícias mais relevantes, devemos ficar com certa volatilidade ao longo do dia", prevê o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi.

No cenário interno, os investidores absorvem o dado do IPCA-15, que veio melhor que o esperado, e também a taxa de desemprego, que ficou em 5% em março ante 5,1% em fevereiro, segundo o IBGE, no menor nível para o mês desde o início da série, em março de 2002. A pesquisa Vox Populi divulgada ontem à noite confirmou a chance de vitória de Dilma Rousseff (PT) em primeiro turno. O mercado aguarda a pesquisa Ibope, que deverá ser conhecida após o fechamento.

No exterior, a Ucrânia volta ao centro das atenções por conta das negociações diretas com a Rússia, que começaram hoje em Genebra com a presença de representantes dos Estados Unidos e da União Europeia.

E após 17 pregões seguidos de aportes de recursos na Bovespa, os investidores estrangeiros fizeram uma forte retirada na última terça-feira (15), de R$ 588,511 milhões. Nesse dia, o Ibovespa terminou em baixa de 2,21%, para 50.454 pontos, diante do aumento da aversão ao risco global por conta das tensões na Ucrânia. O fluxo acumulado em abril segue positivo, mas foi reduzido para R$ 1,622 bilhão. No ano, a bolsa contabiliza entrada líquida de capital externo de R$ 5 bilhões.

Câmbio

Depois de abrir em queda, o dólar comercial ganhou força frente ao real após o dado do seguro-desemprego nos Estados Unidos, que apresentou uma alta abaixo da esperada pelo mercado.

O dólar comercial avançava 0,57% para R$ 2,2550, marcando o terceiro dia consecutivo de alta. Já o contrato futuro para maio subia 0,46% para R$ 2,262.

Os investidores aproveitaram o dado de seguro-desemprego para recompor as posições na moeda americana, que ainda acumula uma queda de 0,93% no mês e de 4,62% no ano. "Depois da dinâmica mais baixista verificada no último mês, que se mostrou mais intensa que a esperada pelo mercado, o câmbio vem buscando um patamar de equilíbrio", afirma Daniel Cunha, estrategista da XP Investimentos, que vê a taxa do dólar podendo alcançar um patamar entre R$ 2,30 e R$ 2,35 no curto prazo, diante dos riscos no cenário externo e interno.

Juros

Depois de passar os últimos dias apresentando oscilações modestas, os juros futuros operam em queda firme na BM&F nesta quinta feira sob o impacto do IPCA-15 de abril, cuja variação de 0,78% foi menor que a esperada pelos agentes.

O contrato de DI para janeiro/2015 operava com taxa de 11,03% (ante 11,06% ontem, após ajustes), e o DI janeiro/2017 era negociado a 12,34% (ante 12,45% ontem).

Também contribui para achatar as taxas hoje, segundo operadores, uma postura defensiva das tesourarias, em razão do feriado prolongado (Páscoa e Tiradentes), que manterá os mercados fechados amanhã e na segunda-feira. Não haveria assim que como reagir a uma eventual queda na intenção de votos da presidente Dilma Rousseff para a eleição presidencial na pesquisa Ibope que será divulgada hoje à noite.

A leitura do IPCA-15 combina com a visão do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a inflação vai desacelerar nos próximos meses. De resto, o BC não busca o centro da meta (4,5%) e deixou claro que não se importa com o estouro temporário do teto (6,5%) ao longo do ano, já que mira no ano-calendário.